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Religião

Festa para a santa dos pescadores

Jorge da Silva França e a família: oração à santa rendeu pesca de 600 quilos | Antonio Costa / Gazeta do Povo
Jorge da Silva França e a família: oração à santa rendeu pesca de 600 quilos (Foto: Antonio Costa / Gazeta do Povo)
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Matinhos - Começa hoje, na Ilha dos Valadares, em Paranaguá, um dos principais eventos religiosos do Paraná, a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Serão sete dias de comemorações em agradecimento à padroeira dos que enfrentam os perigos do mar.

Entre novenas, missas, apresentações culturais e shows, o ponto alto da celebração será no último dia da festa, 7 de fevereiro. Pescadores de Paranaguá e da região reúnem suas embarcações e saem em procissão com a imagem da Nossa Senhora pelo Rio Itiberê. No mesmo dia, outra procissão parte da Praia do Trapiche, na Ilha do Mel, também em homenagem à protetora, encerrando quatro dias de celebração.

Entre os fieis estará o pescador Jorge da Silva França, 50 anos, há 20 na profissão que herdou do pai. "Esse tempo é como profissional. Mas, desde 3 ou 4 anos eu já embarcava nas canoas", relembra. Morador da Ilha dos Valadares há 30 anos, assim como muitos pescadores locais, Jorge diz que sua devoção à padroeira vem dos relatos trazidos de alto-mar. E grande parte versa sobre momentos de sufoco em que os pescadores foram resguardados pela santa. "Há uns cinco anos, eu e meus companheiros ficamos nove dias no mar sem conseguir trazer nada de peixe na rede. E a festa de Nossa Senhora estava chegando. Fiz uma oração e pedi que me desse pesca para eu voltar a tempo de carregar a imagem na procissão, como faço há anos. Voltamos a lançar a rede e, em três rodadas, conseguimos 600 quilos de peixe", conta.

O hábito de pedir proteção à Nossa Senhora dos Navegantes antes de ir ao mar Jorge aprendeu com o pai. Hoje é a esposa, Nicelma Correia Menezes França, quem reforça as súplicas. "Sempre peço a bênção da santa para que o Jorge vá e volte salvo. Ela está sempre olhando para os barcos", afirma Nicelma, lembrando que se casou na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, em Cascavel, no Oeste do estado.

Devoção

É pouco provável que os três netos de Jorge sigam a profissão do avô. Assim mesmo, Nicelma ensina Camile, de 5 anos, Cristian, 8, e Cleiton, 9, a respeitar e rezar para a padroeira. O mesmo acontece em muitas casas de pescadores da Ilha dos Valadares, o que perpetua a devoção à padroeira. É difícil saber qual dos moradores de Valadares não conheça ao menos uma história de feitos atribuídos à protetora.

O próprio pároco da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes na Ilha dos Valadares, frei Messias Vicente Rodrigues conta ter testemunhado fatos dignos de serem elevados a milagres. "Quando aquele navio chileno explodiu (o Vicuña, em novembro de 2004, lançando na Baía de Paranaguá toneladas de etanol e óleo), o chão tremeu em toda a região. O estouro atirou estilhaços para todo lado. Graças à Nossa Senhora dos Navegantes, três pescadores que estavam em uma embarcação próxima do local não sofreram nada", afirma o padre.

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