Uma fábrica clandestina de palmito jussara, espécie ameaçada de extinção, em Guaratuba, foi fechada na noite de segunda-feira (16) pela Força Verde da Polícia Militar e pelo instituto Ambiental do Paraná (IAP). Dois homens foram presos em flagrante e autuados em R$ 12 mil. Eles são suspeitos de terem cortado 493 árvores de palmito. Além disso, o terreno onde estava a fábrica é uma Área de Preservação Ambiental (APA).
Além do crime ambiental, a fábrica clandestina não apresentava qualquer condição de higiene. Os vidros onde os palmitos eram armazenados não tinham procedência. Os policiais e técnicos do IAP também encontraram no local armadilhas para a captura de animais silvestres e redes de pesca. De acordo com as leis ambientais, o palmito só pode ser comercializado com aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O produto legalizado obrigatoriamente tem selo do Ibama na embalagem.
A fábrica estava na localidade de Guajuvira, em Guaratuba, área de difícil acesso. Os suspeitos, Mateus Miranda Ribeiro (27) e Israel Silvério da Cruz (65), disseram ganhar R$ 30 por feixe de palmito cortado, sendo que cada feixe continha cerca de 80 unidades do produto. Toda a carga apreendida será doada a instituições de caridade. Silvério afirmou que há quatro anos corta palmito clandestinamente, vendendo para comerciantes da região.
Extinção
O palmito jussara, natural da Mata Atlântica, corre risco de extinção, portanto não pode ser cortado sem autorização do IAP. "As pessoas que causem danos a uma Unidade de Conservação ou transportem ilegalmente um produto de origem florestal, podem ser multados em até R$ 18 mil", adverte o fiscal do IAP Fábio Nunes, em declaração à Agência Estadual de Notícias.
Em média, a árvore de palmito jussara leva até 8 anos para atingir a idade adulta. "O palmito aprendido estava sendo retirado de árvores com apenas quatro anos de existência", afirma o tenente da Força Verde Anor dos Santos Junior.
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