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A comerciante Laurita da Silva diz que a diversidade de produtos é o que garante movimento o ano todo | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
A comerciante Laurita da Silva diz que a diversidade de produtos é o que garante movimento o ano todo| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Perseverança garante clientela

Perseverança é outro fator determinante para quem investe no Litoral. Conforme ressalta o proprietário da Sorveteria D’Vicz, Nelson Cotovicz, o comércio nas praias exige paciência, até porque a queda no movimento após o verão é muito grande. Só em seu estabelecimento, chega a ser de 80%. Mesmo assim, ele insiste e garante que vale a pena. "Manter o estabelecimento aberto após a temporada é um investimento na fidelidade do cliente, o que vale a pena, já que as perdas dos outros meses são recuperadas no verão", ressalta.

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Matinhos - Manter a fidelidade dos clientes após a temporada é tarefa difícil para os comerciantes cujos estabelecimentos permanecem abertos no Litoral o ano todo. Com queda de 1,2 milhão de turistas na temporada para a média de 150 mil no restante do ano, segundo a Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Casas Noturnas, Prestadores de Serviço do Litoral Paranaense (Assindilitoral), quem segue investindo no Litoral tem de apostar na formação de funcionários durante o inverno, planejar com cuidados os estoques da próxima temporada e investir em modernização.

O trunfo da comerciante Laurita da Silva, de 54 anos, para o sucesso no Litoral foi o tipo de negócio: utilidades para a casa, de pequenas coisas como pilhas até materiais de instalação elétrica. "Essa diversificação me dá movimento o ano todo, mesmo fora de temporada, período que representa metade do meu faturamento. Se no inverno não tenho ninguém comprando guarda-sol, tenho clientes comprando coisas para a casa que estão reformando", afirma Laurita, que começou com uma loja de 1,99 e hoje tem oito estabelecimentos no Litoral.

O planejamento do estoque de temporada começa ainda em agosto. "No resto do ano o plano é mais fácil porque é só repor o que está faltando. Já para temporada tenho de pensar nos produtos que acredito que vão sair mais."

Se Laurita diversifica os produtos em sua loja, Sidney Agassi, dono do restaurante La Bodeghita, no balneário de Betaras, em Matinhos, fez o mesmo na cozinha. Com 13 anos de existência, o negócio começou em uma casa pequena. Hoje tem dois pavimentos e ar-condicionado – investimento feito na temporada passada. "É um dos nossos principais diferenciais, que atrai clientes mesmo no inverno". Os outros atrativos ficam por conta do investimento no número de funcionários (de 50 na temporada passada para 17 no inverno, o que também atende bem os clientes) e do planejamento do estoque. "Compro os alimentos com antecedência, pensando no que faz sucesso com os clientes, antes da subida dos preços do verão, e congelo tudo. Se deixasse para comprar depois, teria de transferir o custo para o cliente e isso eu não quero. A mesma atenção tenho com os funcionários que treinam comigo no inverno para continuar na temporada", explica.

Agassi diz que muitas vezes o investimento é arriscado, porque não há tanta certeza de movimento anual como nas praias de Santa Catarina. "Mesmo assim insisto porque o movimento na temporada é bom e no inverno já tenho muitos clientes, inclusive moradores das cidades vizinhas, que vêm me prestigiar."

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