Aluguel
Bikes viram oportunidade de negócio
Há 11 anos, Tony Tonel trocou o trabalho como garçom na Toca do Abutre, em Nova Brasília, na Ilha do Mel, para abrir o próprio negócio: uma loja de aluguel de bicicletas. O curitibano de 46 anos, que vive na Ilha há 22, começou com poucos modelos e foi aumentando a frota de magrelas. "A ideia foi bem aceita e a demanda cresceu rápido", conta Tonel, que foi um dos pioneiros a prestar o serviço. Hoje são 24 bicicletas disponíveis para aluguel. "Depois das 9 h da manhã a frota de bikes diminui rapidamente", diz ele, que passa o dia fazendo manutenção nas magrelas para garantir que os turistas vão e voltem contentes dos passeios.
O aluguel das bicicletas varia entre R$ 10 (modelo mais simples e um pouco mais pesado) e R$ 15 por hora (bicicleta mais nova e leve, para pedalar na areia), mas também pode ser feito por dia, com o custo de R$ 45. Para aproveitar bem os passeios sobre duas rodas nas praias da Ilha, a recomendação é usar óculos escuros, pois o reflexo do sol na areia branca causa desconforto nos olhos. Além disso, protetor solar e água são imprescindíveis. Perguntar aos moradores é o jeito mais fácil e eficaz de encontrar uma loja de aluguel de bikes na Ilha do Mel pelo menos agora que o negócio de Tonel ganhou concorrência.
Sugestão
Parar para observar os golfinhos
Quem chega até a loja de Tony Tonel (perto do trapiche de Brasília) para alugar bicicletas sai de lá com o destino garantido: a Baía dos Golfinhos, passeio super recomendado pelo comerciante. O local ganhou este nome por ser ponto de alimentação, reprodução e berçário dos mamíferos. Ao fim da pedalada de cerca de uma hora é possível perceber a movimentação de nadadeiras que aparecem e desaparecem na água. Não raro, os golfinhos nadam bem próximos à borda do mar, na parte mais rasa.
Para a felicidade daqueles que adoram as magrelas, motocicletas e carros são proibidos na Ilha do Mel, para a qual o título de "paraíso do sossego e das belas paisagens" ainda cabe muito bem. Cada vez mais presentes no dia a dia da região, as bikes são uma ótima pedida para quem quer explorar as praias quase vazias e as trilhas que ligam Encantadas e Brasília. E o melhor: contemplando a natureza e respirando ar puro e livre da poluição sonora das cidades.
Uma opção é acordar cedinho para ver o espetáculo do nascer do sol na Ilha, na Praia do Farol, um dos locais indicados pelos moradores. Com sorte é possível ver o astro-rei despontando por detrás do Farol das Conchas. Mas é preciso estar preparado para enfrentar a escuridão das trilhas, além da maré alta em alguns trechos. A dica é garantir uma lanterna e planejar o percurso antecipadamente.
As magrelas também podem encurtar o tempo de deslocamento entre as duas principais localidades da Ilha: Encantadas e Brasília, onde há a maior concentração de moradores, pousadas, bares e restaurantes. O trajeto, que a pé dura aproximadamente duas horas, cai pela metade quando feito de bike. As trilhas são bem sinalizadas e facilitam a localização. Outra vantagem é que não há necessidade de utilizar equipamentos de segurança, imprescindíveis nas ruas e ciclovias das grandes cidades. A sensação é de total liberdade.
Passeio aprovado
O casal Maisa Saldanha, de 33 anos, e Vinícios Franco, de 29, vieram de Ijuí, no Rio Grande do Sul, para conhecer a Ilha do Mel. No segundo dia no local, descobriram o passeio de bicicleta até a Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres, na Praia da Fortaleza, em Brasília, e não hesitaram. Eles pedalaram despreocupadamente por cerca de uma hora até o ponto turístico, construído em 1770, por determinação do rei de Portugal dom José, para proteger a Baía de Paranaguá.
Lá de cima um mirante oferece vista para as ilhas das Peças e de Superagui. "Certamente não teríamos feito o passeio a pé", garantem os dois. "No Nordeste os passeios de bike nas praias são mais comuns, mas no litoral da Região Sul esse recurso é pouco explorado", diz Maísa.
Na Ilha do Mel tudo segue o tempo da natureza. Até os passeios de bicicleta pela orla das praias precisam respeitar os horários de cheia da maré. Para ir até a Fortaleza ou a Baía dos Golfinhos, por exemplo, a recomendação dos moradores é sair cedinho, por volta das 9 h, ou então no fim da tarde, perto das 18 h, quando a maré já baixou novamente. A maré alta obriga o ciclista a pedalar na faixa de areia mais fofa, que é mais pesada e exige mais esforço. Além disso, existem locais pelos quais é inviável atravessar.
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