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Crônicas de verão

Intervalo de jogo

 | Felipe Lima / Gazeta do Povo
(Foto: Felipe Lima / Gazeta do Povo)

Mulheres (exceto as que curtem o mundialmente nobre e reconhecido esporte bretão) não sabem o que nós, homens, principalmente os da moda antiga, passamos por essa época do ano. Quase um mês e meio sem futebol nos estádios e na tevê – que é mais ou menos o quanto duram as intertemporadas – é o que de mais perverso e sórdido se comete contra o bom estado psíquico masculino.

Mais tempo do que isso sem a pelota acariciar a relva e, tenham certeza, a humanidade estará em sério risco. Poucos de nós, machos da espécie, teremos forças para sobreviver a um mundo sem a esperança de um grito de gol. Acreditem: a ausência do futebol representa um perigo ainda maior do que a de um novo desastre nuclear.

Repassada essa informação, minhas caras, é altamente recomendável que vocês, esposas, noivas, namoradas, amantes, rolinhos, ficantes e peguetes maneirem nas cobranças com seus respectivos por esse período sem a bola rolar. Tudo bem e vá lá que nessa época do ano o sol brilha forte na Pindorama, que as férias são mais do que bem-vindas e, principalmente, que as praias sempre são convidativas para as atividades lúdicas da arte do namorico. Não há como negar: de todas as estações do ano, o verão é a que mais generosamente nos abre suas portas.

Mas, convenhamos, moças sensatas e rapazes de boa fé: todas essas benesses sem a diversão de torcer por nossas equipes, sem o prazer maquiavélico de secar o time dos outros, tira um bom tanto do encanto de todo esse céu azul e sol na cara. Ao menos até o final da primeira quinzena de janeiro, quando finalmente o futebol volta à tona com a disputa dos campeonatos estaduais.

E aí sim o verão esquenta de vez. No campo do esporte e no campo do amor, já que todas, sem exceção, terão seus respectivos em plenas condições de jogo novamente.

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