Rio limita comida na areia
Agência Estado
Rio de Janeiro - Desde 8 de dezembro, a prefeitura do Rio de Janeiro proibiu a venda de bebidas e alimentos preparados na rua por ambulantes nas praias do Arpoador, Ipanema e Leblon. A alegação da Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop) é de que o consumo desses produtos como queijo coalho, camarão frito, limonada e caipirinha geram alto risco de contaminação. Com a nova regra, alguns banhistas levam comida de casa.
Outra medida que desagrada os comerciantes cariocas é a limitação de cadeiras e guarda-sóis em 80 e 40 por barraca, respectivamente. A ideia é padronizar as praias cariocas. A Seop ressalta que a operação será ampliada futuramente a todas as praias do Rio.
Matinhos - O veranista que costuma lanchar na praia pode solicitar ao vendedor ambulante que apresente a licença de trabalho, uma garantia de que o serviço prestado é inspecionado pela Vigilância Sanitária. Antes da temporada, as vigilâncias sanitárias estadual e municipais desenvolveram trabalhos de orientação e fiscalização com os ambulantes, que agora têm autorização para transitar nas areias, desde que cumpram regras de higiene.
"Além da fiscalização da venda em quiosques, carrinhos e isopores, visitamos os lugares em que os produtos são armazenados e manipulados", explica Diovaldo Almeida de Freitas, chefe da vigilância da 1.ª Regional da Secretaria Estadual de Saúde, responsável pela fiscalização no Litoral.
Em Matinhos, 900 ambulantes têm licença da prefeitura para trabalhar. Já em Guaratuba, são 300, que também receberam crachás e camisetas para serem identificados.
Mesmo com a fiscalização, o consumidor ainda deve observar pequenos detalhes, como a aparência do produto e do local em que está sendo vendido. "Os produtos que necessitam de refrigeração devem estar acomodados em refrigeradores ou em caixas térmicas com muito gelo. Da mesma forma os alimentos quentes, que devem estar em embalagens que mantenham a temperatura, como o isopor", explica Freitas.
A estudante Andréa Coelho, 18 anos, estava atenta a tudo isso quando comprava um churros ontem em Matinhos. "Soube que muitas pessoas no Litoral estão com problemas por causa da alimentação, então me cuido mais na hora de comer fora de casa", diz. Ela prefere as barraquinhas próximas do ponto onde estiver tomando sol, desde que sejam limpas. "Se o lugar está sujo, nem pensar! Desisto na hora", revela.
A ambulante Andréa de Campos Germano, 33 anos e que vende croissants e pasteis de camarão nas areias de Caiobá há duas temporadas, já recebeu a visita da Vigilância Sanitária. "Antes de eu ir vender na praia, eles viram onde eu trabalhava e como eram feitos os salgados", conta. Andréa usa um carrinho para puxar o isopor, forrado com papel alumínio para manter os salgados aquecidos.
Saúde
Tamanho cuidado com o que se come na praia não é à toa, já que a possibilidade de se adquirir problemas de saúde são grandes. Para evitar riscos maiores, orienta o médico Alceu Pacheco Júnior, presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia (SPI), o recomendável é consumir produtos industrializados.
Se não guardados corretamente, explica o médico, alimentos como maionese e carnes têm mais probabilidade de se tornarem multiplicadores de bactérias. O resultado pode ser uma gastroenterite ou infecção. "Mal-estar, vômito e diarreia são sintomas mais comuns que podem evoluir para um quadro mais complicado", explica Pacheco.
O tratamento é simples: quem perde líquido, precisa se hidratar. "A pessoa pode fazer soro caseiro ou comprar produto pronto", diz. Mas se o quadro piorar, enfatiza o presidente da SPI, é preciso procurar atendimento médico.
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