O batalhão que costuma trabalhar na coleta do lixo no Litoral neste ano está blindado. Agora, além de rastelos e carrinhos de mão, os zeladores da orla contam com dumpers (veículos elétricos de pequeno porte com caçamba) para agilizar a remoção dos resíduos. Mas a principal novidade é o uso de máquinas limpadoras puxadas a trator, capazes de peneirar a areia e remover corpos estranhos automaticamente.
Esse trabalho de peneiramento é feito de madrugada, com a praia vazia. O trator trafega a uma velocidade média de 8 km/h. O equipamento, semelhante a uma colheitadeira, revira a areia a uma profundidade de até 20 centímetros e captura o lixo. Com isso, além de manter a praia limpa, o trabalho também proporciona a higienização da orla ao colocar todos os dias uma faixa de areia nova na superfície. "A luz do sol é uma ajuda natural para eliminar microorganismos", garante Roberto Façanha, diretor da Ecocity Soluções Ambientais, empresa licitada para o serviço.
A limpeza é fornecida pela Sanepar, como parte das ações do projeto Viva o Verão, do governo do estado. Na primeira "geral", feita há duas semanas, foram recolhidas 12 toneladas de lixo. Esse é o volume acumulado durante os últimos meses de pré-temporada. Na semana seguinte, as equipes contabilizaram 4 toneladas de lixo. Os resíduos mais comuns são cocos, garrafas, latas, bitucas de cigarro.
Equipes
No total, foram contratados 125 trabalhadores para a operação. Eles usam 12 máquinas: seis dumpers e seis peneiras, distribuídos igualmente entre as cidades de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Sul. "Entendemos que a remoção do lixo também faz parte das atribuições da Sanepar. Junto com o fornecimento de água e coleta de esgoto, a praia limpa dá condições de saneamento básico ao veranista", justifica Carlos Roberto Pinto, gerente da Sanepar para o Litoral do Paraná.
Os turistas afirmam perceber a diferença. A família da empresária Márcia Lazarin relata ter sentido uma melhora na higienização da praia em relação aos anos anteriores. Mas eles também fazem a própria parte, recolhendo o lixo em sacolas plásticas e depositando nos tambores. "Hoje eu até saí catando sujeira dos outros que ficam aqui por perto e não se dão ao trabalho de recolher o próprio lixo", diz.
