Marcada pelas temperaturas elevadas e pelo tempo instável e chuvoso, a temporada de verão 2015/2016 se aproxima do fim com um outro número impressionante: faltando ainda dez dias para o encerramento da Operação Verão, o Corpo de Bombeiros já registrou 14.028 casos de queimaduras por águas-vivas no Litoral do Paraná. O número é 82,3% superior ao número de casos do verão passado.
A maioria das queimaduras ocorreu na praia de Matinhos, onde ocorreram mais de seis mil casos; Pontal do Paraná também teve um número elevado de veranistas queimados, 5,2 mil. Para se ter uma ideia, o verão de 2014/2015 teve o total de casos foi de 2,4 mil, inferior aos incidentes registrados somente em Guaratuba nessa temporada (2,5 mil).
Para a professora do departamento de zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Maria Angélica Haddad, não há certeza sobre as causas dos surtos de incidência de águas-vivas no Litoral paranaense. “O clima nesse verão está muito atípico e as chuvas e ventos causados pelo fenômeno climático El Niño pode ter contribuído para aumentar os surtos periódicos. Mas não há uma única razão para o aparecimento dos animais”, explica.
Afogamentos
De acordo com relatório do Corpo de Bombeiros, entre os dias 23 de dezembro de 2015, quando iniciou a Operação Verão, até essa quarta-feira (10), foram registrados 893 afogamentos, oito dos quais resultaram em óbitos – três a mais do que os ocorridos durante a temporada de 2014-2015.
A morte por afogamento mais recente aconteceu na noite de terça-feira (9), na região da Prainha, no município de Guaratuba. A vítima, um homem de 74 anos, chegou a ser retirado da água pela filha em estado grave, com parada cardiorrespiratória, mas não resistiu e morreu no hospital.
Em 55 dias de Operação Verão, os policiais atuantes no Litoral realizaram ainda 34 mil advertências e auxiliaram 474 casos de crianças perdidas. Segundo a Casa Militar, a operação especial no Litoral envolveu o reforço de 500 bombeiros, 280 policiais militares e 30 policiais civis.