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Foi encontrada morta na segunda-feira (10) a tartaruga-de-couro que desovava no litoral do Paraná desde 2007. Uma primeira avaliação determinou infecções nas nadadeiras e intestino, mas as causas da infecção ainda não foram determinadas. Amostras foram retiradas para análise.

A bióloga Camila Domit, coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação(LEC) do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (UFPR), conta que a carcaça já estava em estado de decomposição avançado: "estimamos que ela já estava entre sete e cinco dias de morte já. Nesse estado é mais difícil determinar a causa de morte", afirmou Camila.

A fêmea era considerada ainda jovem - a estimativa do LEC é que ela não teria mais do que 29 anos de idade, sendo que a espécie costuma viver mais de 80 anos.

"Era a única fêmea conhecida desovando no sul do Brasil. Ano passado tivemos um número alto de fêmeas desovando - 20 no Brasil inteiro. Normalmente são entre oito e 15", afirma Camila. Como as fêmeas desovam a cada três ou quatro anos, pesquisas mostram que o número de fêmeas da espécie fica em torno de 50. "É um número bem baixo, esse é uma espécie criticamente ameaçada", aponta Camila.

Poluição

Segundo Camila, é provável que o causa de morte esteja relacionada à poluição. "Todos os tipos de poluição podem afetar a vida marinha, desde o lixo que jogamos na praia, o esgoto que leva vários produtos químicos e tóxicos para o mar até metais pesados e contaminantes orgânicos, como pesticidas", explica Camila.

Para a bióloga essa situação pode servir como um alerta: "os golfinhos e as tartarugas são sentinelas dos ambientes marinhos - eles ocupam um lugar na cadeia muito parecido com o do humano em terra. Se eles já estão sofrendo com as alterações, devemos ficar alarmados também", destaca.

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