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Natureza

Na trilha das belezas

Exuberância da Mata Atlântica é marca do Itupava | Antônio More/ Gazeta do Povo
Exuberância da Mata Atlântica é marca do Itupava (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

Com o verão mais seco do que o habitual, este mês pode ser uma boa época para conhecer caminhos quase inóspitos do estado, banhar-se em águas cristalinas de rios e se exercitar. Tudo isso nas trilhas que, quando secas, podem ser transpostas com menor dificuldade.

Um dos caminhos mais procurados do estado, o Itupava, entre Quatro Barras (Região Metropolitana de Curitiba) e Morretes (Litoral paranaense), encanta pela exuberância da Mata Atlântica e dos rios que cortam a trilha na mesma proporção em que oferece obstáculos para transpô-lo. O trecho foi aberto pelos índios guaranis e é uma das quatro ramificações do caminho do Peabiru – que liga os oceanos Pacífico e Atlântico.

Habitualmente, os cerca de 22 km de extensão do caminho do Itupava são percorridos na descida da Serra do Mar. É possível, porém, optar por realizar apenas trechos dele – o que torna a jornada acessível àqueles desacostumados a longas caminhadas.

A partir de Morretes, por exemplo, basta andar duas horas, passando por pontes sobre rios como o Taquaral e o São João – que formam piscinas naturais moldadas por pedras, para chegar a um dos atrativos do caminho: o Santuário de Nossa Senhora do Cadeado – ponto que homenageia a padroeira dos ferroviários e confere uma vista panorâmica do Pico do Marumbi, um dos berços do montanhismo nacional.

Para quem se aventura a subir 40 minutos a mais em direção à Estação Marumbi, o banho pode ser ainda mais monumental no Cemitério dos Grampos – ponto tradicional para nadar, a dez minutos do ponto de parada do trem. Apesar de curto, o caminho é tortuoso e íngreme.

Parque Marumbi pede mais policiamento

Apesar das belezas naturais, o Caminho do Itupava tem carregado consigo uma fama de lugar perigoso, propício a roubos. Apesar de não ter registros de ocorrências recentes, Lothario Horst Stoltv Júnior, gerente do Parque do Marumbi, cobra mais policiamento no local.

"Estamos há seis anos sem registros graves. Mas, infelizmente, o estado não investe em guarda-parques. Contamos com alguns terceirizados, mas apenas para o serviço de portaria, e com o apoio esporádico do Batalhão de Polícia Ambiental – mas isso ocorre apenas quando solicitamos, não de forma preventiva.

No final de 2010, após 17 dias desaparecida, uma mulher disse ter sido ata­­cada no parque. De acordo com Stolv Júnior, essa ocorrência foi registrada como desaparecimento. "Registramos dessa forma porque ela estava confusa e não tivemos provas do que ocorreu", afirma.

Outras trilhas

Região litorânea e Serra do Mar paranaenses

• Circuito Mananciais da Serra

Localização: em Piraquara, no Parque Estadual do Marumbi (Sanepar), há quatro diferentes trilhas: Estrada e Reservatório do Carvalho, grutas e estátua de São Francisco, Trilha da Caixa do Salto e Trilha da Chaminé

Acesso: de carro, por estradas de terra batida e mal sinalizadas

Distância: 9 Km de trilhas no total

Tempo de caminhada: de 1h30 a 6 horas

Nível: leve

Obs.: Nos primeiros e terceiros finais de semana de cada mês, grupos com mais de 10 pessoas não precisam realizar agendamento prévio. Já grupos interessados em conhecer o local em outras datas precisam ligar no número 3673-0186 e agendar a visita -- que será sempre supervisionada e acompanhada por guias do Departamento de Turismo, da Prefeitura de Piraquara. O horário de funcionamento, nos dias de visitação é das 8:30h às 16h.

• Picada do Cristóvão ou Trilha da Conceição

Localização: município de Antonina, distrito de Bairro Alto. Entrada pela Fazenda Lírio do Vale, mediante autorização de acesso concedida pelos moradores locais

Distância: Picada do Cristóvão e Trilha da Conceição: de 23 a 27Km (ida e volta)

Tempo de caminhada: de 4 a 15 horas de caminhada, dependendo da trilha e do trecho

Nível: Intermediário a pesado, dependendo das condições climáticas e, do ritmo.

OBS.: Recomenda-se percorrer estas trilhas apenas com pessoa que conheça previamente o caminho. As trilhas não possuem sinalização alguma e, como existem dezenas de caminhos secundários, há sério risco de se perder.

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