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produção paranaense

No litoral, ostras enchem a barriga e preservam a natureza

Prato à base de ostra mais pedido no Sítio Sambaqui: leva creme de queijo e pimenta dedo de moça. | Felipe Rosa/Gazeta do Povo
Prato à base de ostra mais pedido no Sítio Sambaqui: leva creme de queijo e pimenta dedo de moça. (Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo)

Depois de passar 17 anos atuando como advogado, Nereu Oliveira decidiu deixar os processos judiciais um pouco de lado e passar mais tempo se dedicando à sua paixão pela natureza e pelo litoral do Paraná. Em 2003, o empresário começou seu trabalho no Sítio Sambaqui, na Colônia Cabaraquara, em Guatatuba, no entorno do Parque Nacional Saint Hilaire/Langue. Por lá, Nereu descobriu que poderia deixar o escritório e trabalhar em um espaço em meio aos pássaros nativos, à mata atlântica e ao mangue.

Pouco depois de se dedicar ao sítio, o empresário começou a criar ostras de forma artesanal e descobriu a verdadeira paixão. “Comecei vendendo para alguns turistas e moradores, e depois de alguns pedidos passei a cozinhar as ostras por aqui mesmo. A paixão foi crescendo”, explica. “Posso dizer que nos últimos dez anos li muito mais sobre ostras do que sobre Direito.”

Hoje, o Sítio Sambaqui atua na produção de ostras totalmente artesanais e faz parte do projeto Cultimar − em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) −, que colhe amostras da carne de ostra todos os meses para atestar sua qualidade. Por ano, Nereu cultiva cerca de três mil dúzias de ostras. Já chegou a produzir muito mais – cerca de 7 mil dúzias, mas, como a produção é artesanal, em anos como este de muita chuva, o número é menor. “Quando se depende da natureza, temos que viver com o que ela nos dá”, comenta.

Depois que o Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos (CPPOM), que atuava no desenvolvimento da maricultura e da pesquisa, parou de fornecer as sementes, Nereu e outros produtores passaram a deixar de lado o pensamento de produção em larga escala e decidiram atuar de uma forma diferente e fortalecer a culinária regional caiçara. “Tudo o que utilizamos aqui vem de um raio de 40 quilômetros para desenvolver as comunidades locais.”

Para evitar o impacto ambiental gerado pelo turismo, há no local estações de tratamento de efluentes que impendem a contaminação da água do solo. A utilização da concha das ostras na última etapa da filtragem do esgoto colabora para que os dejetos poluam menos a natureza.

Culinária

Além de se dedicar ao cultivo das ostras, Nereu também se especializou na arte de prepará-las, formando-se chef de cozinha. Hoje, no Sítio Sambaqui, são servidos mais de 20 combinações da especiaria. A da casa é chamada de Sambaqui e leva queijo parmesão, tomate e cebola.

Uma das mais pedidas é a Cabaraquara, que é coberta com creme de queijo e pimenta dedo de moça. O prato com meia dúzia é vendido em média por R$ 35, dependendo do sabor escolhido.

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