Aumenta 30% o número de mortes nas estradas durante o feriado
O primeiro carnaval depois da entrada em vigor da Lei Seca teve saldo trágico nas estradas que cortam o Paraná. O número de mortes em acidentes de trânsito nas rodovias subiu 30% em relação ao feriado do ano passado. A quantidade de acidentes e de feridos também cresceu, ficando 38% e 17% maior que em 2008. A estatística deve aumentar, pois a Operação Carnaval da Polícia Rodoviária Federal (PRF) só termina a meia-noite desta quarta-feira (25).
Entre a sexta-feira (20) e a quarta-feira de cinzas, 17 pessoas morreram nas rodovias federais e estaduais no Paraná, segundo balanço das polícias rodoviárias. Neste período, ocorreram 472 acidentes, que deixaram 339 feridos. Durante toda Operação Carnaval de 2008, que compreendeu seis dias, foram registrados 341 acidentes em todo estado. O total de feridos foi 289 e as mortes, 13.
No primeiro carnaval da Lei Seca, caiu o número de feridos nas rodovias estaduais que lavam ao Litoral. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), foram 28 feridos no feriado de 2008, contra dez neste ano - queda de 64%. "O maior rigor da lei e a punição aos motoristas que dirigem embriagados fizeram com que caísse o número de vítimas e também a gravidade dos acidentes", afirma o tenente Ivan Fonseca Filho, relações-públicas da PRE na Operação Verão. A maior fiscalização do excesso de velocidade também contribuiu para que diminuísse o número de feridos.
Com a nova lei, subiu o número de autuações e de motoristas presos dirigindo alcoolizados. No carnaval de 2008, três pessoas foram autuadas e presas por dirigem embriagadas. Nesse ano - com a Lei Seca o número de motoristas autuados subiu para 45 (quantidade 15 vezes maior do que em 2008) e o de presos para 23 (7,6 vezes mais do que 2008).
Além disso, proporcionalmente caiu o número de acidentes. No carnaval deste ano foram 36 acidentes e um fluxo de 270.286 veículos. No feriado de 2008, foram 32 acidentes, no entanto o fluxo foi de 233.918 veículos. "Nesse feriado houve um acidente para cada 7.507 veículos que passaram pelas rodovias estaduais que lavam ao Litoral. No ano passado, era um acidente para cada 7.309", afirma o tenente Fonseca Filho. No entanto, houve uma morte nas estradas estaduais, enquanto que em 2008 não houve nenhuma.
De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (artigo 165), o motorista que acusar de 0,10 a 0,29 miligramas de álcool por litro de sangue ou por litro de ar expelido pelos pulmões no teste do etilômetro (que mede o índice de miligramas de álcool por litro de sangue), é autuado em R$ 927 e tem a habilitação suspensa por até um ano. Se o índice for superior a 0,29 miligramas por litro, o condutor será preso em flagrante pelo crime de embriaguez (artigo 306) e será conduzido a uma delegacia - só será liberado após pagar fiança - e responderá a processo.
Já na BR-277 - no trecho entre Curitiba e o Litoral -, balanço parcial da concessionária Ecovia aponta aumento no número de acidentes e de feridos. No carnaval passado (até a meia-noite da quarta-feira de cinzas) ocorreram 49 acidentes com 41 feridos. Nesse carnaval já foram registrados 57 acidentes com 62 feridos. Segundo a Ecovia, o aumento ocorreu porque o fluxo de veículos foi maior do que em 2008.
Rodovias federais
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), nas BRs 277, 376, 116 e 476 - rodovias que levam ao litoral do Paraná e Santa Catarina e à Região Sudeste o número de pessoas presas subiu de sete para 36 nesse carnaval, e as autuações aumentaram de 19 para 45 no feriado de 2009. "Para se ter uma idéia do rigor da Lei Seca, ao longo de todo o ano de 2008, 374 motoristas foram autuados. E apenas nos 56 primeiros dias de 2009 já ocorreram 131 autuações", afirma o inspetor Fabiano Moreno, da PRF.
O balanço parcial da PRF demonstra que também houve redução do número de acidentes, de feridos e de mortos nesse carnaval. Os acidentes caíram de 341 em 2008 para 208 neste ano; os feridos de 289 para 116; e os mortos de 13 para quatro. "Temos que ressaltar que nas rodovias federais diminuiu a gravidade dos acidentes, 90% das vítimas dos acidentes foram de forma leve", explica o inspetor. Além disso, segundo Moreno, nenhuma das quatro mortes teve relação direta com o fluxo de turistas do feriado de carnaval.
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