Praia segura
Confira cuidados básicos para evitar afogamentos:
Sempre tome banho em área protegida por guarda-vidas
Nunca deixe a água passar do nível da cintura
Respeite placas, que sinalizam perigos pontuais
Se beber, evite entrar na água
Sempre preste atenção em crianças
Não pule de locais altos. A areia sedimentada pode causar traumas na coluna
Duas mortes em dois dias
A bandeira preta indica a ausência de guarda-vidas, mas não impede que banhistas se aventurem com pranchas de isopor. Seria algo normal se, a cerca de 200 metros, à direita e à esquerda, não houvesse dois pontos vigiados e liberados pelos bombeiros. "Além de estar longe de nós, o local tem um risco de buraco, por isso a placa de sinalização", aponta um dos guarda-vidas. Foi ali, no entreposto do Balneário de Praia Grande, em Matinhos, que duas pessoas morreram afogadas em um intervalo de 24 horas, em janeiro. A primeira vítima foi Jackson Arnaldo de Freitas Barreiro, de 14 anos, morto no dia 10. No início da noite seguinte, João Carlos de Oliveira, de 44 anos, também se afogou, provavelmente após sofrer um mal súbito.
Resistir às temperaturas altíssimas registradas neste verão é tarefa difícil longe da água. Sem precaução, no entanto, o lazer pode acabar em tragédia, como aconteceu ontem com o menino William, de 16 anos, que morreu afogado no Rio Iguaçu, entre Curitiba e Fazenda Rio Grande. Desde o início da Operação Verão, em dezembro, oito pessoas morreram afogadas nas praias do Paraná, de acordo com o Corpo de Bombeiros. No mesmo período do ano passado, foram três. Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático apontam que o número é ainda maior nos rios. De 13 de dezembro a 22 de janeiro, oito pessoas tinham se afogado em municípios do interior do estado, enquanto no litoral, três mortes foram contabilizadas.
Na avaliação do capitão Fernando Tratch, porta-voz dos Bombeiros na Operação Verão, o crescimento do número de mortes é relativo. "Neste ano há um fluxo maior de pessoas nas praias, porque o tempo está melhor." Segundo ele, datas como carnaval e Ano-Novo, quando grupos de amigos descem para o litoral, também são mais propícias a afogamentos. A média diária de salvamentos em janeiro é de 20, número que chegou a 70 no réveillon.
Os oito mortos por afogamento nas praias neste ano são homens, entre 20 e 40 anos. O uso de bebida alcoólica também é um fator que aumenta as chances de afogamento. "Já nos rios, o risco é não conhecer o relevo. Pode haver buracos, galhos", detalha.
Aquele velho conselho "respeite o mar" continua cheio de sabedoria. Saber nadar nem sempre é sinal de alguma coisa. "O mar é traiçoeiro, tem corrente, buraco", explica a enfermeira Sabrina Correia de Freitas, do Centro de Reabilitação de Afogados (CRA), que funciona há três temporadas no hospital municipal de Matinhos. Somente neste ano, 15 vítimas chegaram ao local para atendimento quatro delas foram encaminhadas ao hospital de referência de Paranaguá. Em todo o verão passado, foram 27 atendidos.
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