Morar de frente para o mar é o sonho de muita gente de quem pensa em se aposentar, de quem curte a natureza, o sossego ou a sensação de plenitude. Ter uma casa em frente ao mar, nem que seja para passar apenas alguns meses por ano, e dormir com o barulho das ondas, que estão a alguns passos da porta, é quase um desejo unânime praticamente todo mundo um dia já teve.
A tradutora norueguesa Inger Langefeldt é uma privilegiada há quase 50 anos. A casa onde ela passa as férias com a família, no Balneário de Monções, em Pontal do Paraná, é a primeira casa do local, e está de pé há 46 anos. "Eu venho aqui desde criança e há 17 anos também trago meus filhos. É como viver no paraíso."
A casa, pintada de preto e vermelho, é toda aberta e arejada, para o deleite de Ingrid, a filha menor de Inger, que costuma ficar mais encolhida na terra natal, onde, durante o inverno, o sol costuma aparecer apenas entre as 10 e as 14 horas. "Conheço esse lugar desde criança e gosto muito. É bem calmo", diz Ingrid. "Quando meu pai chegou aqui, não havia nada em volta. Tudo era muito diferente. Não havia casas, luz, água, asfalto. Agora, está bem mudado, mas o mar continua aí, como sempre. É maravilhoso", diz Inger.
Mesmo a maresia não é páreo para a casa, construída com madeira e revestida com piche e verniz. A única vez em que a casa precisou ser desmontada foi por causa de cupim. Todo ano, Inger reveste a madeira com verniz e faz pequenos consertos, já que, após tanto tempo fora, é comum encontrar a casa com um pouco de bolor. "É preciso fazer manutenção sempre", diz ela, que passa quase o verão inteiro em Monções. "Recebemos muitos amigos e ficamos conversando olhando para o mar. Até brinco que, se quisermos ir para a África, basta seguir em frente."
Na casa de praia dos avós dos irmãos Bruno, Thiago e Ramón Monroe, no Balneário de Guaciara, também em Matinhos, o privilégio de morar a alguns metros da areia é explorado ao máximo. "Quando estamos sem sono, acordamos e ficamos olhando o mar. É uma sensação muito boa, você ficar ali, apenas olhando para a imensidão, sem fazer mais nada", conta Thiago, que gosta de realizar luaus com os irmãos na beira da praia, sob o olhar atento dos parentes, a apenas alguns metros.
O único problema é a maresia, que já estragou muitos objetos na casa, dos computadores à pintura. "Perdemos muita coisa, e evitamos deixar as coisas por aqui. Também temos de fazer manutenção sempre", conta Ramón. A bisavó Benedita conta que outra preocupação é com a segurança, já que casas à beira-mar costumam chamar a atenção de criminosos fora da temporada. Para evitar aborrecimentos, foram contratados um caseiro e o serviço de monitoramento eletrônico. "Reunimos a família, eu, meus filhos e neto, e compramos a casa. Aqui é ótimo. Ter essa casa era um sonho nosso, que conseguimos realizar."
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