Praia nova
Veranistas esperam reforma
A família do empresário curitibano João Carlos Bencz tem poucas oportunidades de jogar frescobol ou betes nas areias do Balneário Flamingo, em Matinhos. O motivo está longe de ser falta de tempo. O problema está na curta faixa de areia que fica entre a orla e o mar quando a maré avança.
Ele ingressa o coro dos que torcem para que aconteça o quanto antes a engorda da orla, com a ampliação da faixa de areia. "Comprei o apartamento de frente para o mar em 2003. Acreditava que iam arrumar essa praia logo, por ser no centro, ter muito prédio", afirma o empresário. Ele não se arrepende da aquisição, mas continua aguardando pela obra de revitalização. Bencz conta que em anos anteriores havia espaço até para quadra de areia na praia.
O estudante de Direito Marco Antônio Carneiro, de Curitiba, passa o verão em Caiobá. A situação dele é melhor, mas afirma ser importante uma revitalização. Se pudesse sugerir algo para a revitalização de Caiobá, a dona de casa Elvira Caravello, 72 anos, iria propor a melhoria de acesso à praia. Ela veio de Marília, em São Paulo, e teve dificuldade de descer do calçadão rumo à praia. "Não tinha acesso. Tinha que dar volta para descer para a praia", diz. (BMW)
Matinhos - As obras para revitalização da orla de Matinhos e de aumento da faixa de areia da praia devem começar com cinco meses de atraso. A previsão da prefeitura era iniciar o projeto, orçado em R$ 16,6 milhões, em outubro de 2009. Porém, por causa do atraso na conclusão dos estudos de impacto ambiental, a expectativa agora é de que a obra comece em março. O secretário municipal de Meio Ambiente de Matinhos, Sérgio Luiz Cioli, espera que toda a obra seja concluída em no máximo um ano. Portanto, ainda não será na temporada do ano que vem que os veranistas e moradores poderão desfrutar da nova orla.
Dos recursos, R$12,6 milhões virão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. O restante será uma contrapartida do governo do Paraná. Serão recuperados de 6 a 7 quilômetros da orla de Matinhos, entre o Morro do Boi e o Balneário Flórida.
O projeto prevê a construção de um canal de desemboque da Praia Brava e do Rio Matinhos, a implantação de esporões para dissipar a energia das ondas, o alargamento da praia com a colocação de areia e a restauração de acessos e áreas danificadas pelo mar.
O presidente Associação de Hotéis, Restaurantes, Bares, Casas Noturnas e Prestadores de Serviços e Similares do Litoral Paranaense (Assindilitoral), José Carlos Chicarelli, afirma que a revitalização da orla e a engorda da faixa de areia estão sendo discutidas há três anos e aguardadas há tempos. Ele aponta que as obras trariam mais turismo e crescimento em direção aos balneários mais precários, que hoje estão abandonados. "Acredito que (a obra) vai sair, mas não sei quando", afirma.
Atraso
O coordenador dos estudos de impacto ambiental das obras e professor de Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodolfo José Anulo, explica que os estudos feitos em 2009 atrasaram por causa das condições climáticas do inverno, que impossibilitaram a coleta de amostras do mar. "O mar estava muito agitado e não dava para fazer coleta de sedimentos para estudos de organismos", afirma Angulo. Por meio dessas amostras é que os 25 pesquisadores envolvidos no projeto coletaram informações, como fauna marinha, correntes marítimas, características do sedimento.
Para engordar artificialmente a faixa de areia da orla, será buscado 1,3 milhão de metros cúbicos de areia em alto-mar. A faixa de areia, que atualmente varia de 2 a 20 metros, poderá receber até 50 metros de sedimentos em alguns pontos.
De acordo com Angulo, o estudo deve ser protocolado hoje no Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que irá analisar as informações. Se aprovado, inicia-se a licitação para a escolha da empresa que fará as obras. Segundo a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedu), o governo federal empenhou o dinheiro para a obra. Entretanto, afirma a assessoria de imprensa da Sedu, a quantia ainda não foi repassada para o governo do estado, que só saberá de que forma receberá o dinheiro quando o estudo ambiental for aprovado.
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