Aprimeira ida de um bebê à praia precisa ser cercada de cuidados, pois no mar e na areia da praia escondem-se vilões invisíveis. São microrganismos que transmitem conjuntivite, doenças respiratórias, diarreia e otite e que fazem dos bebês suas maiores vítimas. "A criança muito nova está mais sujeita a pegar doenças infecciosas. Ela tem pele imatura e fraca, e, por isso, alguns cuidados precisam ser considerados", alerta o presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria, Aristides Schier da Cruz.
Os cuidados, segundo ele, são parecidos com os dos adultos: evitar exposição ao sol no horário entre as 10 e 16 horas, tomar muita água, usar boné, óculos e camiseta. A diferença está nos detalhes. Há crianças, por exemplo, que têm forte intolerância ao protetor solar e é preciso atenção para o aparecimento de irritações. Para bebês com menos de seis meses não é indicado o uso de filtro solar. A hidratação também merece atenção extra, já que bebês não avisam quando estão com sede. Por isso, a mãe deve oferecer água a cada meia hora, pelo menos. Uma dica é observar a urina da criança. Urina muito concentrada, escura, é sinal de que o bebê precisa de mais água.
Especialistas orientam que o primeiro contato do bebê com a areia e com o mar aconteça a partir de um ano de idade. Cruz afirma que a idade ideal é a partir de um ano e três meses, quando o bebê já anda com desenvoltura. Para o especialista em saúde da família Cícero Alaor Kluppel, o bebê com menos de seis meses de idade pode ir à praia no final da tarde, mas não deve ser colocado na areia. "O ideal é pôr na areia a criança que já está andando. Acima de um ano dá para ir para praia e para a areia com cuidado, antes das 10 e depois das 16 horas, com filtro solar, camiseta e boné."
Outro risco para a criançada é a brotoeja, que surge principalmente nos pequenos de até três anos de idade. A irritação é causada pela transpiração provocada pelo calor. "As crianças de Curitiba que não estão acostumadas com tanto calor vão para praia e acabam sofrendo com as brotoejas", diz Kluppel. O protetor solar pode piorar o quadro. Por isso, o melhor é usar produtos recomendados pelos pediatras.
Kluppel, no entanto, aponta para o aumento dos casos de diarreia em crianças como o pior problema da temporada. "Nossas praias estão sujas e crianças colocam água do mar e areia na boca. " O cuidado com a alimentação tem de ser reforçado: ficar atento à higiene dos restaurantes e com a água que se bebe na casa de praia.
A primeira vez
A balconista Delma Rocha da Silva levou a filha Mariah Gabriela, 6 meses, pela primeira vez à praia na última quarta-feira. Pediatras aconselham que os bebês comecem a ter contato com a areia e a água do mar a partir de um ano, mas Delma diz ter tomado todos os cuidados. A praia escolhida foi Guaratuba e Delma partiu para lá com guarda-sol, piscininha de plástico, protetor solar para bebê, chapéu e garrafa de água. Mariah ficou a maior parte do tempo na piscina, protegida sob guarda-sol. "Foi tudo bem. Ela gostou. Só que no final do dia estava cansada", afirma a mãe. Em casa, banho completo e creme pós-sol para evitar brotoejas.