Matinhos - Encanamento para desentupir. Ventilador para instalar. Muro para erguer. O veranista ou morador do Litoral que se depara com tais necessidades muitas vezes se sente perdido na hora de contratar alguém para fazer essa tarefas. Nas praias, encontrar um profissional que dê conta do recado é um desafio, visto que a quantidade de mão de obra especializada é escassa. Achar quem cobre um preço justo na temporada é também outra dificuldade.
Diante dessas situações, é preciso se manter prudente e não se contentar com o primeiro profissional que aparecer. "O veranista deve ter calma para comparar orçamentos e para se informar sobre o profissional que está contratando, solicitando suas referências. Do contrário, a dor de cabeça vem imediata, com a má execução do serviço", lembra Márcio Itiberê, chefe de atendimento da Procuradoria de Defesa e Proteção ao Consumidor do Paraná (Procon-PR).
Obter uma boa indicação de alguém também faz a diferença. Que o diga o bancário aposentado Wanderley Galli, 65 anos, de Curitiba. Há alguns anos ele se deu mal ao contratar pessoas na praia sem levar em conta as referências. "Numa época em que eu estava construindo uma casa em Guaratuba, caí na bobeira de chamar um pedreiro desconhecido. Foi o maior desastre. Ele vivia embriagado, não vinha trabalhar e atrasou a obra", conta Galli. Depois da lição, sempre que precisa fazer algum reparo em sua atual casa de praia em Matinhos o aposentado vai atrás de indicações de conhecidos. Na última vez que precisou consertar o encanamento, por exemplo, a referência veio do vizinho. "O Jonei Luiz, meu vizinho, disse que o encanador dele era bom e eu decidi conhecê-lo. Conversando com o seu Pedro senti que ele era de confiança, o que se confirmou depois com o bom trabalho que ele fez."
Segundo o encanador e eletricista Pedro Santos, 62 anos, toda obra bem feita se reverte para ele em divulgação boca a boca do seu trabalho. "É assim que consigo novos trabalhos." O fato de só cobrar valores depois de terminar o serviço é outro atributo que conta para a reputação de qualquer profissional, afirma. "Só peço adiantamento para obras longas, que levem de dois a três meses. Para obras pequenas não tem por que pedir. Tem muita gente que pede um valor de entrada e abandona o trabalho assim que recebe o dinheiro. Esses logo ficam queimados no mercado", lembra ele.
Contrato
Na hora de contratar, a pessoa deve estar atenta também ao valor cobrado e à garantia de que o serviço será bem-feito. Segundo o chefe de Atendimento do Procon-PR, é preciso desconfiar tanto de preços muito altos quanto dos muito baixos cobrados na praia. "O barato pode sair caro se a pessoa for inexperiente ou usar materiais inadequados. Preços elevados tampouco são garantia de qualidade e podem ser puro exagero." Itiberê ressalta a importância de o cliente questionar os procedimentos de trabalho de cada profissional, buscando entender os motivos pelos qual determinado valor é cobrado.
Para se ter uma garantia ainda maior de que o serviço sairá como o prometido e na data prevista, Itiberê recomenda que todas as tarefas e prazos sejam discriminados por escrito. Segundo ele, não é preciso criar um contrato muito elaborado. "Um papel assinado já vale como testemunho de que ambas as partes se comprometeram a cumprir seus deveres." Se o verviço for mal feito, o cliente tem o direito de pedir uma nova execução ou a devolução de valores amparado pelo Código de Defesa do Consumidor.