No fim de tarde, turistas podem contemplar o exuberante pôr do sol| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Serviço

Para desfrutar melhor a ilha, veja o que você precisa saber:

Transporte

Há a linha tradicional: o barco faz três trajetos por semana, às segundas, quartas e sextas. O trajeto custa R$ 20. Sai de Superagui às 7 horas da manhã rumo a Paranaguá e retorna para a ilha às 14h30. Pode haver mais horários, conforme a demanda. Vale a pena consultar antes, pelo telefone (41) 3482-7131.

Há também a opção dos fretados: as voadeiras podem levar até seis pessoas por um preço que varia entre R$ 150 e R$ 250. O diferencial é o tempo menor de viagem (1 hora, ante 2h30 de barco convencional). Basta chegar até os trapiches em Paranaguá e perguntar pelas voadeiras. Uma pesquisa rápida entre os trapiches pode garantir uma boa pechincha.

Pousadas

São todas simples. Os preços variam bastante, entre R$ 50 a R$ 150 por pessoa. Vale a pena pesquisar por telefone antes de reservar. Todos os telefones da ilha são (41) 3482-71XX. Os números finais das pousadas são:

Pousada Nativos: 31

Pousada Costa Azul: 36

Pousada Estrela D’alva: 21

Pousada da Karla: 61

Pousada Superagui: 49

Pousada Sobre as Ondas: 18

Pousada Crepúsculo: 35

Pousada Magalmar: 15

Campings

Camping Tropical: 38

Camping do Codo: 66

Restaurantes

Casa Verde (em frente ao trapiche) - Peixes e camarão (Entre R$ 15 e R$ 30)

Sabor do Mar (Na Ilha das Peças. Acesso somente por barco) - Ostra, peixes e camarão (Entre R$ 25 e R$ 35)

Passeios

Vários, oferecidos por moradores. O grupo pode decidir o roteiro e a duração.

Entre R$ 15 e R$ 50 por pessoa.

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Sol, mar, areia fina e nada de vendedores: recanto perfeito
Paisagem compensa a viagem de barco de quase três horas
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"Divulguem, mas não muito." A recomendação, em tom de brincadeira, foi feita por uma turista aos jornalistas da Gazeta do Povo assim que desembarcamos na ilha de Superagui, no Litoral do Paraná. Algumas ho­­ras depois, percebe-se que a preocupação da mulher é em parte justificada. Nesse recanto de veraneio, o sossego é permanente. A ilha de 700 habitantes não costuma receber mais do que algumas dezenas de turistas por vez, que têm a sorte de aproveitar entre si uma área de 34 mil hectares – que forma o Parque Nacional do Superagui, considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco.

Com isso, os turistas têm a sensação de estar em um lugar exclusivo, mas pagando preços que na maior parte das vezes são menores que os cobrados nas praias tradicionais do Paraná. O motivo dessa aparente incoerência é a distância do vilarejo em relação ao continente. Uma viagem em um barco de linha saindo de Paranaguá dura duas horas e meia. Existe a opção de fretar um barco estilo voadeira, diminuindo o tempo de travessia para uma hora. Porém a opção pesa no bolso. Enquanto o barco de linha cobra R$ 20 por trecho, as voadeiras custam entre R$ 150 e R$ 250.

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Outro motivo para a baixa procura é a infraestrutura de turismo, ainda acanhada. A ilha possui oito pousadas e quatro restaurantes. Todas as estruturas são simples, mas na maior parte delas há confortos como chuveiro quente e luz elétrica. Sinais de celular, porém, precisam ser "pescados" em alguns pontos da praia. O que acaba sendo uma vantagem, pois força o turista a se desconectar.

Passeios

Um passeio fácil e recompensador é caminhar pela trilha que leva à praia deserta, distante três quilômetros do vilarejo. Cum­­prindo com a promessa, encontra-se uma paisagem litorânea em estado natural: apenas areia fina e água por quilômetros. Nada de sujeira, vendedores, trânsito ou som alto. Portanto, é indispensável levar água, protetor solar, remédios e brinquedos para as crianças.

Não há um único automóvel na ilha, onde o barco é o veículo padrão. Trajetos por terra mais longos podem ser feitos fretando uma charrete. Na temporada, vários pescadores trabalham como guias, levando os visitantes de barco até outros pontos da ilha.

Uma agradável surpresa é o restaurante Sabor do Mar, de propriedade da família de Dario Gomes Correa, de 62 anos. Ins­­talado no pé de uma floresta na Ilha das Peças e alcançável apenas por barco, é especializado em ostras, que são servidas temperadas com manteiga, queijo e cebolinha verde.

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Lá também é onde se produz a melhor cachaça de cataia da região. A bebida é produzida a partir de uma folha encontrada na parte norte da ilha, quase na divisa com o estado de São Paulo. Curtida na aguardente de cana, dá uma cor marrom carvalho e um sabor macio à cachaça. Por isso, é apelidada de whisky caiçara.

No fim da tarde, um passeio bastante procurado é a observação dos papagaios-da-cara-roxa, que migram da Ilha das Peças para dormir em Superagui. Os barqueiros costumam ancorar embaixo da rota dos pássaros. Vale muito a pena levar um binóculo para ver em detalhes a ave, que está ameaçada de extinção.

Contato com a população

Em Superagui, a hospitalidade do povo caiçara lembra as antigas confraternizações do interior. A simplicidade do serviço é compensada pela acolhida dos moradores, tanto os diretamente envolvidos no trabalho turístico quanto os pescadores, aposentados e crianças. Superagui é um lugar onde as portas ainda ficam abertas e as pessoas se cumprimentam efusivamente, conhecidas ou não.

As pousadas não têm muitos quartos, o que permite ao visitante um contato mais direto com o proprietário. Em algumas, o café da manhã é servido na sala de jantar da casa do proprietário.

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Os moradores adoram contar histórias sobre a ilha. São causos que remontam desde a colonização, no século 19. Dentre os passeios culturais, um dos mais interessantes é visitar as curandeiras da ilha, que explicam as origens daquele conhecimento popular e mostram a forma como trabalham.