Escondidas na Mata Atlântica, com acessos difíceis e cenários exuberantes, as cachoeiras estão espalhadas pelo Litoral do Paraná. Algumas fazem parte de roteiros já conhecidos, mas muitas passam despercebidas pelos veranistas que frequentam as cidades litorâneas durante a temporada de verão.
Os cenários oferecem ao turista uma opção diferente do tradicional banho de mar. Para chegar até elas é necessário preparo físico, muita água, repelente e a ajuda de moradores da região, que cresceram perto desses paraísos pouco explorados. Nesses locais não há guias para conduzir os visitantes, o que facilita a interação dos turistas com habitantes locais.
Para se aventurar
Na divisa dos municípios de Matinhos e Guaratuba, o Salto do Tigre é uma opção para quem quer se aventurar. O trajeto, saindo do centro de Matinhos de carro pela PR-508, é de cerca de 10 minutos. Ao chegar a uma estrada vicinal, no quilômetro 21, o turista entra em uma trilha de mata fechada, sem vizinhança por perto, o que possibilita momentos de tranquilidade.
O trajeto pode enganar o aventureiro de primeira viagem. Os irmãos Adeílson Alves de Souza e Jonathan Araújo de Lima, moradores de Matinhos que frequentam o local há três anos, recomendam que os veranistas cheguem à cachoeira acompanhados por pessoas que conhecem o local. "No caminho há várias bifurcações e o barulho do rio pode confundir a pessoa", alerta Souza.
A cachoeira ainda é pouco conhecida. Além das quedas-dágua, as pedras formam piscinas naturais. Mas os visitantes nem sempre mantêm o local preservado. O vendedor Daniel Ferreira Leonel, 40 anos, morador de Matinhos, reclama das pessoas que vêm conhecer o local e deixam lixo na mata e no rio. "As pessoas precisam se conscientizar para manter o lugar limpo porque ninguém vai vir até aqui tirar a sujeira deles", diz.
Piquenique
Também pela PR-508 (quilômetro 6), próximo à BR-277, o turista encontra, depois de 20 minutos de carro por uma estrada de terra, a Cachoeira da Quintilha, queda- dágua de 40 metros formada pelo Rio Brejatuba. Localizada no município de Paranaguá, faz parte do Parque Nacional Saint Hilaire/Lange.
O recanto é ideal para quem quer passar o dia com a família em um agradável piquenique ou churrasco. Pela primeira vez na cachoeira, o vendedor de Curitiba Luiz Carlos Siqueira veio a pedido do neto, Eduardo Siqueira, que queria conhecer uma cachoeira. O avô, entretanto, também curtiu o sossego. "É bem melhor do que ir a uma praia agitada."
Com água limpa, as cascatas do Rio Brejatuba também são frequentadas por quem gosta de pescar nas horas vagas. O analista de treinamento João Edson de Andrade e o administrador André Maurício Asinelli, de Curitiba, souberam pelos amigos da existência da cachoeira e decidiram explorar o local para praticar pesca. "Queremos conhecer outras quedas-dágua para curtir, além dessa", disse Andrade. Para entrar e conhecer a cachoeira, o visitante paga R$ 2.