Matinhos - Os turistas que frequentam o Litoral do Paraná terão uma nova atração a partir do segundo semestre. Um aquário marinho com 22 tanques de exposição e dois tanques em que poderão tocar os animais, além de biblioteca e auditório, está sendo erguido em Paranaguá. O espaço terá espécies nativas da costa paranaense e de outros estados. O aquário funcionará no centro histórico da cidade, como forma de valorizar a região. Entretanto, de acordo com a prefeitura, a área onde o aquário está sendo construído não é tombada pelo patrimônio público.
"Esperamos 400 mil visitas logo no primeiro ano. Muitos turistas virão para ver o aquário e acabarão ficando para visitar outros pontos turísticos e regiões, como a Ilha do Mel. A geração de empregos também será maior, com mais gente movimentando o comércio", confia o secretário municipal de Turismo de Paranaguá, Luiz Fernando de Oliveira.
Compensação
Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, a obra, avaliada em R$ 5 milhões, está sendo bancada integralmente pela empresa Cattallini Terminais Marítimos como compensação ao estado do Paraná pela explosão do navio chileno Vicuña, ocorrida no Porto de Paranaguá em 2004.
"A empresa procurou o governo e se ofereceu para bancar o projeto como forma de compensação pelos danos ambientais", afirma o secretário Rasca Rodrigues. "O aquário veio em boa hora. Nós imaginávamos um projeto que não só fomentasse o turismo do Litoral, mas estimulasse a preservação do que é nosso. Acredito que isso vai criar nas pessoas, principalmente nas crianças, um sentimento de cuidado e consciência ambiental", acredita Rasca.
O diretor superintendente da Cattallini, Cláudio Daudt, explica que a empresa propôs uma alternativa ao pagamento da multa. "Poderíamos litigar na Justiça por 10 anos, mas o resultado era incerto. Preferimos procurar o governo e propor a colaboração com o aquário, que certamente vai beneficiar muito a cidade".
De acordo com Daudt, a empresa é a responsável pela execução da obra, que será supervisionada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente. A viabilidade de funcionamento do aquário, segundo o superintendente da Cattalini Terminais Marítimos, virá pela cobrança de ingressos.
O projeto, no entanto, ainda não conta com a supervisão de biólogos e estudiosos da vida marinha, que deverão fazer a seleção das espécies. De acordo com a prefeitura de Paranaguá, o corpo técnico-científico será definido no prazo de 30 a 45 dias. A proposta é iniciar parcerias com universidades locais, como a UFPR Litoral e a Fafipar (Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Paranaguá).