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Até agora, foram encontradas 60 toneladas de peixes mortos | Bianca Garmatter/Gazeta do Povo
Até agora, foram encontradas 60 toneladas de peixes mortos| Foto: Bianca Garmatter/Gazeta do Povo

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) informou, na tarde desta quarta-feira (5), que não há indícios de que peixes da Baía de Paranaguá, no Litoral do estado, continuem morrendo. Pela manhã, técnicos do IAP, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) percorreram os locais onde foi encontrado um grande volume de peixes mortos nos últimos dias.

Apesar disso, a Defesa Civil orienta as pessoas a continuar seguindo a recomendação da Secretaria Municipal de Saúde de não consumir peixes da Baía de Paranaguá. Ainda não há uma análise conclusiva sobre o que causou a mortandade e, por precaução, peixes e frutos do mar provenientes da Baía de Paranaguá não devem ser consumidos.

Milhares de peixes, principalmente sardinhas-xingós, apareceram mortos na Baía de Paranaguá na última segunda-feira (3). Pescadores relataram que desde quinta-feira (30), vinham sentindo cheiro forte na água e percebendo a morte dos animais.

De acordo com uma nota técnica, divulgada pelo CEM-UFPR, foi constatado que 99% dos peixes encontrados mortos são da espécie Cetengraulis edentulus (Engraulidae), conhecida como sardinha-xingó. A nota apresentou ainda algumas hipóteses sobre as causas da mortandade, porém, ainda não há o laudo conclusivo.

Segundo o CEM-UFPR, a alterações na salinidade e na temperatura da água não podem ser apontadas como causadoras das mortes, pois os peixes suportariam essas mudanças, já que conseguem se adaptar a vários ambientes.

Pesquisadores do órgão investigam se houve derramamento de amônia na Baía de Paranaguá ou se algum navio pesqueiro descartou os peixes no local.

Outra hipótese é de que toxinas de microalgas tenham causado a mortandade da sardinha-xingó. A análise preliminar da água feita pelo CEM encontrou microalgas dos gêneros Dinophysis e Prorocentrum, que são bastante tóxicas. Análises adicionais serão feitas em Itajaí (SC) tanto em amostras de peixe quanto em outros organismos da região.

Com relação à possibilidade de doença, não houve sinais indicativos disso, porém, as amostras já estavam em decomposição e os pesquisadores do CEM-UFPR não chegaram a uma resposta conclusiva. Uma nova análise será feita com peixes vivos e o resultado será divulgado em breve.

De acordo com a nota técnica, dois botos e cinco tartarugas marinhas foram encontrados mortos na região entre 31 de dezembro e 4 de janeiro. Mas, até o momento, não é possível afirmar que há relação com a mortandade dos peixes.

Cesta básica

A Defesa Civil cadastrou 444 famílias de pescadores de Paranaguá para receberem cestas básicas. O órgão recebeu a listagem com os nomes da Federação das Colônias de Pescadores de Paranaguá e fará vistorias para confirmar as informações repassadas.

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