O golden retriever Scott, do comerciante Marco Antônio Alves: passeios só no calçadão, para evitar problemas para o cão e para os outros veranistas| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Matinhos - Depois da reportagem sobre os sete erros que os veranistas cometem nas areias e que podem prejudicar a boa convivência durante a estação de sol (publicada no último domingo, dia 28 de dezembro), muitos leitores se manifestaram contra a combinação cachorro e praia. A Gazeta do Povo decidiu aprofundar o assunto para explicar que bichos de estimação podem, sim, curtir o verão com seus donos, desde que alguns cuidados sejam tomados.

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De acordo com o médico veterinário Adolfo Sasaki, da clínica Vetsan, em Curitiba, os animais podem acompanhar a descida de seus donos, mas a areia não é, definitivamente, lugar de cachorro. Mesmo os vacinados podem transmitir várias doenças aos seres humano. "O ideal é que os animais fiquem em casa. Eles representam um risco para a saúde dos veranistas. A urina e as fezes desses animais podem contaminar a areia e a água do mar", explica.

Um dos principais inimigos é o bicho geográfico, cujas larvas adaptam-se muito bem à areia úmida e podem penetrar na pele e formar marcas que lembram um mapa. Esse é o tipo de risco que o comerciante de Ponta Grossa, Sérgio Maftum, 49 anos, procura não oferecer aos outros. "Não acho legal levar meu cachorro para a areia. Quando vou à praia, ele fica em casa", diz o dono do Billie, um lhasa apso de um ano e meio.

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As fezes dos cães e gatos também podem trazer outros males à saúde dos humanos. "Elas podem conter ovos de vermes. Geralmente as pessoas encostam sem perceber e trazem a mão até a boca ou ingerem um alimento sem lavar as mãos. Então, acabam se contaminando", alerta Sasaki, que também adverte quanto à micose.

O outro lado

Não são só as pessoas que sentem a combinação nada recomendável entre pets e areia. Os próprios bichos têm problemas, por estarem em um ambiente quente, sob o sol. "O calor, a umidade e a água salgada podem causar alergia que, por coçar muito, pode levar a lesões de pele", diz Raquel de Araújo Cantarella, médica veterinária residente do Hospital Veterinário da Universidade Tuiuti do Paraná. Assim como os humanos, os cães e gatos também estão suscetíveis a adquirir vermes, carrapatos e pulgas. Além disso, podem sofrer com insolação. "Eles não suam, o que dificulta a liberação do calor. Dependendo do grau de insolação, podem ter convulsões e até morrer", alerta. O sol quente pode provocar queimaduras de pele nos bichinhos e a temperatura alta de areia, das calçadas e do asfalto pode lesionar as patas deles.

Cuidados

Para manter a saúde e o bemestar dos animais no Litoral, o ideal, segundo Sasaki é fazer caminhadas com eles pelo menos uma vez por dia. "Não se deve esquecer, porém, de respeitar os horários de exposição ao sol, para que eles não sofram com o excesso de calor", diz.

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É o que faz Marco Antônio Alves, 23 anos. "Às vezes chego a fazer três caminhadas por dia com o ele", conta o comerciante de Londrina, que tem um cão da raça golden retriever, Scott. Passear com a poodle Bebel é tarefa de férias da estudante Luana Freire, 14 anos. "Ela fica muito agitada em casa, então sempre no fim da tarde dou uma volta no calçadão com ela", explica.

Os bichinhos precisam de água fresca à vontade, durante todo o dia, e um ambiente fresco para poderem se refrescar. Em relação às vacinas, Raquel alerta: é fundamental que estejam em dia.

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