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Perturbação de sossego lidera ocorrências na temporada

Khodr Sleiman Chiah reclama do barulho de pessoas embriagadas | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Khodr Sleiman Chiah reclama do barulho de pessoas embriagadas (Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo)

Se o veranista procura sossego e descanso no Litoral no período de férias, nem sempre isso é possível. Nos primeiros 16 dias da Operação Verão, que começou em 11 de dezembro, a Polícia Militar (PM) registrou 533 ocorrências, a maioria por perturbação de sossego. Até a última terça-feira, foram 132 reclamações desse gênero, quase um quarto do total, uma média de 8,2 por dia. Em segundo lugar, vêm as ocorrências de ameaças, com 62 casos – quase metade se comparado com o número de queixas de barulho. Na última temporada, foram 513 ocorrências por perturbação de sossego.

A primeira reclamação de quem tenta dormir é o excesso de barulho provocado principalmente por carros de som e conversas altas em horários impróprios. A segunda queixa é a falta de ações tomadas para solucionar a perturbação do sossego.

"A gente liga pra PM, eles vêm aqui e tocam as pessoas embora. Mas não adianta, porque chegam outros com som alto", revela o comerciante Khodr Sleiman Chiah, 70 anos, morador de Matinhos há 52 anos. Além de música em volume inapropriado, ele relata ser comum durante a temporada barulhos de quebra de garrafas e palavrões, geralmente causados por pessoas embriagadas.

Situação parecida é vivida pelo industrial Sérgio Paese, 61 anos. Morador de Curitiba, ele tem casa de veraneio em Gua­­ratuba, praia que frequenta desde 1962. Nos últimos cinco anos, ele enfrenta o problema de perturbação de sossego com uma pousada vizinha. A aglomeração de pessoas com o som dos carros dos hóspedes já causou diversos aborrecimentos. Além de perder o sono, Paese diz que é comum ligar para a PM e não ser atendido, com a alegação de não haver viaturas disponíveis. "Já teve dia que a polícia veio e como estavam com o giroflex ligado, o pessoal abaixou o som", conta. Ele re­­lembra que por ter reclamado do barulho, foi alvo de represálias dos vizinhos, como pedras atiradas em direção a sua casa e xingamentos.

Para tentar diminuir as ocorrências, a PM considera que a principal solução é a prevenção. Segundo a própria PM, as ocorrências desse gênero caíram 19% da temporada de 2009 para a de 2010. O tenente Ivan Fon­­seca Filho, do Batalhão de Po­­lícia Ambiental, explica que o máximo de barulho permitido é de 70 decibeis durante o dia e 60 à noite. Caso exista alguma irregularidade, é feita abordagem, seguida de orientação. O Boletim de Ocorrência só é registrado em caso de reincidência, com o causador do barulho podendo ser multado em R$ 5 mil, além da apreensão do equipamento e possibilidade de detenção por 6 meses a um ano.

Como forma de coibir os problemas, serão feitas rondas aleatórias nos pontos mais agitados do Litoral. A principal dificuldade em identificar quem está perturbando o sossego é que geralmente não é a mesma pessoa que causa o barulho durante um certo período. "É interessante que a pessoa que for denunciar anote a placar e registre sempre a reclamação", orienta o tenente.

Serviço: Para reclamar do barulho excessivo entre em contato com a PM pelo número 190 ou diretamente com a Polícia Ambiental, pelo número 0800-643-0304.

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