"O problema do sol não é apenas a queimadura, mas os estragos que ele pode causar na pele ao longo do tempo, como o envelhecimento precoce." Nadia Almeida, médica dermatologista| Foto: Walter Alves / Gazeta do Povo

Ele não é tão ruim assim

O sol não é o maior vilão do planeta. Apesar dos cuidados necessários ao encarar uma tarde ensolarada na praia, é importante ressaltar que a exposição também é benéfica para saúde. O sol melhora desde o mau humor até as funções orgânicas. Dentre os benefícios, está a conversão de vitamina D para a formação óssea.

Uma pesquisa recente do Centro de Investigação em Epidemiologia e Saúde da População, ligado ao Ministério da Saúde, mostrou que combinar uma dieta com fontes de vitamina D também reduz o risco de contrair o câncer de mama. De acordo com a médica dermatologista Nadia Almeida, o sol é bom para saúde, mas em doses pequenas. "Com responsabilidade e em pequenas quantidades, o sol funciona como um ótimo antiflamatório e antidepressivo, além de fornecer vitamina D, que atua na estrutura óssea do corpo humano", explica. (GA)

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Cuidados

- Prefira banho de água fria e corrente no primeiro dia da pele queimada, pois ajuda a diminuir a dor.

- Passe muito hidratante.

- Quando a dor for muito intensa ou surgirem bolhas, consulte um médico. Ele vai avaliar a necessidade de receitar um antiinflamatório.

- Se for à praia queimado, use camiseta, boné e aplique bloqueador solar constantemente.

- Jamais passe pasta de dente na pele queimada.

- Uma dica é recorrer a uma mistura usada antigamente para aliviar assaduras de bebês, a chamada pasta d’água. A receita é jogar água num recipiente, colocar maizena e passar a solução no ferimento.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Em busca daquela corzinha, as pessoas são capazes de cometer verdadeiras atrocidades com a pele. Jogam a toalha ou a canga na areia e rolam por horas debaixo do sol, sem qualquer proteção. Se este é o seu caso – depois de bobear, dormir sob o sol ou passar o dia inteiro no mar – você está torrado.

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As consequências podem ser imediatas. Dependendo da intensidade do sol e do fator de proteção escolhido, a cor avermelhada que vai tomando conta da pele – conhecida popularmente como "camarão" –, vai se transformar na famosa "tostada". São necessárias apenas algumas horas debaixo do sol para costas, nuca, couro cabeludo, pés e todas as partes descobertas do corpo fritarem, literalmente.

Dois exemplos clássicos de queimados na praia, a estudante de fisioterapia Nicoli da Silva Cordeiro, 20 anos, e o montador Reginaldo Alberti, 44 anos, sentiram na pele o que é ficar sem proteção.

Passando apenas o fim de semana em Matinhos, no Litoral do Paraná, Reginaldo Alberti aproveitou o pouco tempo que dispunha para ficar na praia com a família. O que era para ser diversão, virou pesadelo. "Ainda não estou sentido, mas sei vai doer", diz ele, que já tem um histórico de queimaduras. "Mesmo com proteção, acontece. Já levei torrões de ficar sem dormir", conta.

Nicoli, por sua vez, está há 10 dias em Caiobá. Em quase todos eles o cuidado com a pele foi exemplar: usou proteção solar e foi para a praia nos horários recomendados. Só que como estava indo tudo bem e a pele curtida, resolveu relaxar. Como ela, toda a família ficou o dia inteiro na praia. "Está doendo demais. Vim para praia no fim do dia para ver se o vento alivia um pouco. Tomei vários banhos gelados e passei hidratante pós-sol", conta.

De acordo com a médica Selma Cernea, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, nenhum remédio ou método caseiro cura as queimaduras. "Não adianta passar pasta de dente, cremes, chá. O contato com o frio só ajuda a diminuir a dor", afirma.

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O mais indicado, segundo a médica dermatologista Annia Cordeiro Lourenço, é que se hidrate bem a pele, faça uma compressa com água gelada e tome banhos frios para aliviar as partes atingidas pelo sol. Se piorar, é preciso procurar um médico. Nos casos de muita dor, são prescritos analgésicos, antiinflamatórios ou pomada com corticoide.

Queimou, e depois?

Sol demais em pouco tempo é pior do que se expor várias vezes por períodos menores. Annia explica que o sol estimula a produção de enzimas destruidoras do colágeno, que aceleram o processo de envelhecimento e levam à mutação do DNA, o que pode causar o câncer de pele.

"Não é só nos horários de pico que as pessoas devem se proteger. O filtro solar tem de ser aplicado e reaplicado várias vezes ao longo do dia", explica.

Para a médica dermatologista Nadia Almeida, o protetor solar ainda é a melhor forma de evitar problemas. Por isso é necessário usá-lo, reaplicá-lo e não se expor nos horários impróprios. "O problema do sol não é apenas a queimadura, mas os estragos que ele pode causar na pele ao longo do tempo, como o envelhecimento precoce", ressalta.

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