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Perigo no mar

Pontal registra 139 queimaduras por água-viva em um único dia

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A última terça-feira (5) registrou o maior número de queimaduras causadas por águas-vivas e caravelas nos últimos quatro anos no Litoral do Paraná. Ao todo, o Corpo de Bombeiros registrou 139 pessoas queimadas enquanto se banhavam no mar, todas em Pontal do Paraná. Até as 17 horas, apenas os casos de terça-feira em Pontal equivaliam a 76% de todos os registros deste tipo de ocorrência desde o início da temporada. De 19 de dezembro até agora, foram 181 casos de queimaduras desta natureza.

A maioria dos acidentes de terça-feira ocorreu no balneário de Ipanema II, onde houve 50 pessoas queimadas. Já em Santa Terezinha ocorreram 30, em Praia de Leste I foram 20 e 15 em Ipanema IV.

Uma das possíveis explicações para tantas queimaduras, explica a professora Maria Angélica Haddad, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é de que o vento forte no Litoral tenha levado os animais até a costa. "É comum que o vento leve as caravelas. Já as águas-vivas não estão tão sujeitas a isso, mas o vento forte pode tê-las levado também", explica a professora.

A queimadura ocorre quando a pessoa encosta na água-viva ou caravela, que libera uma substância tóxica e urticante. A reação à queimadura depende do organismo de cada pessoa. Os casos mais graves ocorrem se a pessoa for alérgica. Neste caso, pode haver choque anafilático – uma reação alérgica mais intensa, com trancamento da glote e taquicardia, o que pode levar à morte, explica o médico Luiz Carlos Pereira, chefe do serviço de Dermatologia da Santa Casa de Curitiba.

O médico alerta para quem for queimado a procurar um posto de saúde imediatamente. "O tratamento não pode ser feito por um leigo. O médico saberá quais são os anti-inflamatórios e os antialérgicos corretos", afirma Pereira.

Já o tenente Leonardo Mendes dos Santos, relações públicas do Corpo de Bombeiros, afirma que se o veranista sentir a ardência deve sair imediatamente do mar, pois a pessoa pode ter queda de pressão por causa da substância tóxica, o que pode causar afogamento. Além disso, nunca se deve tentar arrancar o animal, pois haverá queimaduras nas mãos.

Há formação de bolhas no local em que a água-viva encostar, as quais não devem ser estouradas, pois a substância retida pode se espalhar e penetrar em outros pontos da pele. Nunca coloque água doce no local da queimadura, pois isso facilita o rompimento da bolha. "A pessoa pode colocar vinagre na queimadura para aliviar a dor e deve seguir para um posto de saúde", explica o tenente. O Corpo de Bombeiros disponibiliza aos veranistas vinagre nos postos de guarda-vidas. Também é possível lavar o local com água do mar e soro fisiológico.

***Você se queimou com água-viva ou caravela nesta temporada? Envie abaixo seu comentário.

***A cobertura completa das queimaduras por águas-vivas e caravelas em Pontal do Paraná nesta quinta-feira (7), na edição impressa da Gazeta do Povo.

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