Pontal do Paraná - Se para a maioria das pessoas que estão de férias nas praias é tempo de descanso, para outras, o período é sinônimo de trabalho puxado. Para os cerca de 500 salva-vidas que garantem a segurança dos veranistas, a chegada do fim de semana traz uma carga ainda maior de serviço. Principalmente quando a previsão é de calor o que torna o mar ainda mais convidativo e faz com que o número de salvamentos dobre em relação aos dias úteis, segundo o Corpo de Bombeiros.
O último bolentim da corporação mostra que nesta temporada o trabalho está sendo maior. Até as 15 horas de ontem, eram 683 casos de salvamentos, contra 503 registrados no mesmo período da temporada anterior aumento de 36%. O número de orientações e advertências também aumentou. Foram 51,5 mil contra 43,7 mil no mesmo período da temporada passada. O único número que não aumentou foi o de afogamentos seguidos de morte. Neste ano foram três mortes, menos da metade que no anterior, oito.
"Esta diferença ocorre porque a semana que antecedeu o réveillon teve tempo bom, enquanto o final de 2007 foi bastante chuvoso. Melhora o tempo, aumenta nosso trabalho", conta o tenente Leonardo Mendes dos Santos, relações públicas dos Bombeiros.
O ponto que mais registrou salvamentos é a na Praia de Leste, na altura da Rua Baronesa do Serro Azul. Até ontem, 35 salvamentos haviam sido feitos no local. O salva-vidas Marcelino Kuhm informa que só ele chega a fazer quatro salvamentos por dia no local. O lugar virou perigoso, explica Kuhm, após a ressaca do início do ano, que formou um buraco na região. "Teve um dia em que resgatei o pai, de 38 anos, e o filho, de 13, ambos alcoolizados. Trouxe-os até a praia, mas eles foram embora antes de a ambulância chegar. Enquanto isso, eu salvava mais duas mulheres", relata o soldado Kuhm.
Álcool
Os casos de banhistas alcoolizados são muito comuns nas praias paranaenses. Segundo o tenente Santos, não existe um número preciso na contabilidade da corporação. Entretanto muitos princípios de afogamento ocorrem com pessoas que entram no mar após consumir bebidas alcoólicas. Isso, associado à imprudência e à negligência, eleva o risco. "Quase todos os casos que requerem as atividades dos salva-vidas ocorrem por falta de cuidado dos banhistas", afirma.
A imprudência, segundo o tenente, justifica o fato de Praia de Leste, Shangri-lá e Ipanema serem, nesta ordem, campeãs de casos, já que o perfil dos frequentadores corresponde ao grupo que mais se envolve em situações de risco. "Nestes locais, há muitos jovens do sexo masculino, entre 13 e 23 anos, que vêm para a praia sem a presença dos pais. Normalmente eles vão ficar poucos dias na praia e querem aproveitar de uma maneira muito intensa", explica Santos.
