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segurança

Seja visto para ser salvo

Banhista só deve entrar no mar ou em rio em áreas supervisionadas por guarda-vidas. E em apenas dez dias de temporada, foram quatro mortes relacionadas com afogamentos, todas em áreas desprotegidas por bombeiros

Banhista tem de ficar atento e só entrar na água onde houver a supervisão dos salva-vidas do Corpo de Bombeiros | Hedeson Alves / Gazeta do Povo
Banhista tem de ficar atento e só entrar na água onde houver a supervisão dos salva-vidas do Corpo de Bombeiros (Foto: Hedeson Alves / Gazeta do Povo)

Na terça-feira (21), com apenas dez dias do início oficial da temporada, o Corpo de Bombeiros já registrava no Litoral duas mortes por afogamento, um desaparecimento no mar e duas mortes de pessoas que chegaram a ser resgatadas com vida pelos salva-vidas, mas não resistiram. Somente na tarde de terça, houve uma morte e um desaparecimento.

Bismar Cabral, 67 anos, nadava por volta de meio-dia numa área de remanso na Barra do Rio Pequeno, a 30 quilômetros de Antonina, quando se afastou da margem e foi puxado pela correnteza. O corpo foi encontrado pelos bombeiros a cerca de 200 metros do incidente. Na Ilha do Mel, três pessoas de uma excursão de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, banhavam-se na entrada da Gruta de Encantadas, por volta de 15 horas, quando acabaram sendo puxadas pelo mar. Duas delas foram resgatadas e passam bem. Um rapaz de 25 anos estava desaparecido até o fechamento dessa edição. Os dois locais não eram indicados para banho, já que não têm supervisão dos bombeiros.

A primeira morte por afogamento da temporada aconteceu sábado (18). Daiane de Jesus Souza, 15 anos, estava nadando com a irmã e amigos quando foi puxada pelo mar por volta de 9 horas no Balneário Ipacaraí, em Matinhos, área que também não é supervisionada pelos bombeiros. O corpo foi encontrado domingo (19), por volta das 18 horas, a aproximadamente um quilômetro do local do afogamento.

Também no domingo, uma menina de 9 anos e um homem de 55 se afogaram em Caiobá e no Balneário Riviera, próximo a Matinhos. respectivamente. Ambos chegaram a ser resgatados pelos guarda-vidas e encaminhados ao hospital, mas não resistiram. Ao longo de toda a temporada passada, o Corpo de Bombeiros registrou 14 mortes por afogamentos no Litoral. Todas em áreas sem bombeiros ou fora do horário de supervisão dos salva-vidas.

Com o número de veranistas aumentando pela proximidade do Natal e ano-novo, os bombeiros alertam à população para os cuidados ao entrar no mar. "Temos estudos que indicam que todo acidente é previsível e que a prevenção é efetiva em 85% dos casos, não só no mar, como em cavas, piscinas ou rios", explica o major Paulo Henrique de Souza, subcomandante da Operação Verão. Segundo Souza, o veranista tem que ter em mente que depende muito dele não se envolver em incidentes. "O banhista quando entra na água em área desprotegida está assumindo um risco. É como dirigir alcoolizado: há consequências", completa.

Perfil

Estudo deste ano do major Souza nas praias de Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba aponta o perfil de quem se envolve em incidentes em meio líquido – nomenclatura do Corpo de Bombeiros que engloba afogamentos, resgates e óbitos. A maioria (20%) são são jovens entre 10 e 14 anos, seguido do grupo de jovens de 15 a 19 anos (12%). "Um terço dos acidentes acontecem nessa faixa etária e com pessoas do sexo masculino", diz o major.

Segundo o estudo, a percepção de riscos também está relacionada à condição socio cultural do banhista. Apenas 3% dos incidentes acontecem com moradores do litoral. "A maioria dos que se envolvem em afogamentos e resgates são os turistas de um dia, como chamamos quem passam pela praia rapidamente. Eles representam 52% dos acidentes", conta o major.

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