Matinhos - Na hora de fechar a sacola de praia, um rápido check-list: protetor solar, toalha, bone, óculos escuro e ... um bom livro. Em meio a todos os itens indispensáveis para tornar o dia de sol e calor à beira- mar agradável, muitos veranistas fazem questão de incluir best-sellers, clássicos ou até mesmo revistas e jornais.
A funcionária pública de Curitiba Alice Pasquetta Jantsk, 48 anos, é um bom exemplo dessa turma. Ela possui uma casa de veraneio em Matinhos e raramente vai à areia sem antes separar um exemplar de sua estante. O escolhido desta semana foi O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini. "Quando estou na praia, geralmente leio romances, porque durante os meses de trabalho tenho que me dedicar a livros mais técnicos", conta.
A prática também é comum entre os estrangeiros que passam a temporada no Litoral. Nesses casos, além da diversão, a leitura é válida para aprimorar o domínio do idioma local. "Como moro perto de Foz do Iguaçu, tenho muita afinidade com o português, e o livro é importante para eu treinar ainda mais", afirma o engenheiro civil argentino Miguel Vega, 50 anos, que passa as férias em Caiobá e está lendo a tradução brasileira de Relato de um Náufrago, de Gabriel Gárcia Marquez.
Há quem não se debruce exatamente sobre um livro, mas também passe o dia de praia às voltas com as letras. A comerciante de Curitiba Mari Maestrelli, 38 anos, é aficionada por palavras cruzadas. "É uma maneira de trabalhar a mente e, ao mesmo tempo, se distrair um pouco. E é engraçado, porque esse é um hábito que só tenho aqui na praia. Em Curitiba, gosto mesmo é de ler livros", revela.
Aos que não dispõem de muito tempo ou paciência a leitura de jornais e revistas é uma boa opção. É assim que o animador gráfico Julio César Frulane de Souza, 40 anos, de Cachoeira Paulista/SP, concilia o lazer com as obrigações de pai: "Com duas crianças pequenas, não tem como ler um livro inteiro, não. Então fico nas revistas", conta Julio, que prefere semanários de automóveis.
Biblioteca na areia
Quem frequenta as praias de Caiobá, Guaratuba e Pontal do Paraná, além da Ilha do Mel, pode exercitar o hábito com mais comodidade nesta temporada. Isso porque esses locais têm uma biblioteca instalada em uma tenda na areia. Trata-se de um projeto desenvolvido pela Secretaria de Estado da Cultura em parceria com a Biblioteca Pública do Paraná, que tem como objetivo estimular a leitura nas horas vagas: "As pessoas ficam muito tempo ociosas na praia, principalmente quando o sol está muito forte. Então é uma alternativa para ter acesso a literatura de qualidade quando se está disponível", explica o coordenador de ação cultural da Secretaria Rafael Camargo.
Cada biblioteca possui um acervo de mais de mil livros, todos novos, com títulos que variam entre romances, como Cem Anos de Solidão, de Gabriel Gárcia Marquez, e obras teóricas, como Os Donos do Poder, de Raymundo Faoro. Há prateleiras exclusivas para autores paranaenses com destaque para Paulo Leminski, Dalton Trevisan e Cristovão Tezza e para livros infantis, que incluem publicações de Monteiro Lobato e histórias em quadrinhos.
O empréstimo dos livros é feito mediante a informação de um número de telefone, sem custo algum nem apresentação de documentos. O prazo de devolução é de cinco dias, e as bibliotecas funcionam até 15 de fevereiro.
Confira o endereço de cada biblioteca. Ilha do Mel: Brasília, ao lado do Trapiche. Pontal do Paraná: Av. Atlântica, n° 7351. Caiobá: Av. Atlântica, n° 1910. Guaratuba: Av. Atlântica, na "Banca do Tedy", em frente ao Largo Brasílio Ribas.
