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Turismo

Sotaque castelhano no Litoral

Essa é a primeira vez que o argentino Alberto Magram (de preto) visita Caiobá. Ele trouxe a esposa, Carolina Mentlik (à esquerda), os sogros, Francisco e Raquel, e os filhos, Jeremias e Sofia. Os seis saíram de Posadas, capital de Misio­nes | Fotos:Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Essa é a primeira vez que o argentino Alberto Magram (de preto) visita Caiobá. Ele trouxe a esposa, Carolina Mentlik (à esquerda), os sogros, Francisco e Raquel, e os filhos, Jeremias e Sofia. Os seis saíram de Posadas, capital de Misio­nes (Foto: Fotos:Henry Milléo/ Gazeta do Povo)
Os argentinos Francisco (de cinza) e Rosana (de blusa estampada) viajaram junto com os filhos e a família do casal de amigos Diana (vestido) e Ricardo (de blusa listrada). O grupo faz planos para voltar no ano que vem |

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Os argentinos Francisco (de cinza) e Rosana (de blusa estampada) viajaram junto com os filhos e a família do casal de amigos Diana (vestido) e Ricardo (de blusa listrada). O grupo faz planos para voltar no ano que vem

O repórter fotográfico Jorge Adorno, do Paraguai, escolheu Matinhos para passar as férias com os quatro filhos e seis netos:

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O repórter fotográfico Jorge Adorno, do Paraguai, escolheu Matinhos para passar as férias com os quatro filhos e seis netos:

O sotaque castelhano é presen­­ça garantida no Litoral paranaense nesta temporada. Ouvidos atentos e uma caminhada de dez minutos pela Avenida Atlântica, em Ma­­tinhos, são suficientes para cruzar com vários grupos de turistas argentinos e paraguaios. Na praia, a cuia e o mate são companhias inseparáveis dos nossos vizinhos, que não abrem mão de saborear um belo chimarrão ou tererê.

Quando a maior parte dos veranistas brasileiros já voltou ao trabalho e as férias escolares se aproximam do fim, eles chegam para aproveitar dias de sol e tranquilidade à beira da praia. Enquanto para os brasileiros a alta temporada vai da metade de dezembro a meados de janeiro, para os turistas do Mercosul, sobretudo argentinos e paraguaios, o melhor período para viajar começa no final de janeiro e se estende até o fim de fevereiro, já que o retorno às aulas acontece só em março.

Muitos deles estão no Litoral paranaense pela primeira vez, como é o caso da família Mazzarelli, que veio da cidade de Corrientes, capital da província de mesmo no­­me, para conhecer Caiobá, depois da indicação de amigos. "Há 10 anos passamos fé­­rias nas praias de Santa Cata­rina, mas neste ano decidimos conhecer o Paraná. Feliz­mente não nos arrependemos", disse Francisco Maz­­zarelli, que trouxe a esposa Maria­na, 34, e os filhos Eva, 7, e Toto, 5, além dos cunhados Horácio Saha­gún, 36, Gua­­dalupe Salazar, 35, e o filho do casal, Juan Manuel, 2.

Essa também é a primeira vez que o advogado argentino Alberto Magram, 53, e a esposa, a psicóloga Carolina Mentlik, 40, vêm a Caiobá. Segundo eles, o trajeto de mais de mil quilômetros da cidade de Posadas – capital da província argentina de Misio­nes – até o Litoral paranaense foi totalmente compensado na chegada. "É possível passar horas na beira na praia, contemplando a paisagem e aproveitando o sol", afirma Caroli­na, que também trouxe os pais.

Além da água do mar mais quen­­te, os turistas argentinos e paraguaios apontam a proximidade das praias do comércio e dos serviços e o acolhimento das pessoas como pontos positivos da região. "Viemos dar uma volta e acabamos encontrando esta praça linda, cheia de enfeites de Natal", disse a farmacêutica Rosana Petina, 39, que estava na companhia do marido Francisco Salpietro, 39, e dos fi­­lhos Giana, 7, e Valentin, 10. A via­­gem da cidade de Malabrigo, na província argentina de Santa Fé, foi feita na companhia do casal de amigos Diana Locatelli, 37, Ricardo Sponton, 39, e dos filhos deles, Be­­lén, 8, e Agustín, 4. Eles devem re­­tor­­nar no próximo sábado,mas já fa­zem planos para voltar no ano que vem.

Estrutura

A grande presença de turistas castelhanos nas praias do Para­­ná já é sentida também no setor de co­­mércio e serviços. Segundo a corretora de imóveis Miriam Barbosa, so­­mente na imobiliária onde ela trabalha, em Caiobá, houve um au­­mento de 30% em relação ao ano passado na locação de imóveis para turistas da região do Mercosul, sobretudo da Argentina.

Miriam, que já foi gerente de pousadas na Praia de Canas­vieiras, em Santa Catarina, reduto dos tu­­ristas argentinos, diz que é preciso investir em estrutura para atrair e fidelizar esses visitantes. "Eles vêm para ficar de 10 a 15 dias e não costumam fazer economia", ressalta. O bom atendimento é fundamental para que eles retornem nos anos seguintes e tragam consigo outros amigos e familiares. "Quer melhor propaganda que o boca a boca?", brinca.

Novos moradores

Franceses atracaram em Guaratuba e não saíram mais

De Lyon, no centro-leste da França, para a Baía de Guaratuba. Os velejadores Anne e Gerard Flukiger não imaginavam que, ao sair do continente europeu em busca de aventura, há cinco anos, parariam no Litoral do Paraná e daqui não sairiam mais. A ideia era apenas visitar as ilhas do Atlântico, o Senegal, país da África Ocidental, e passar por Cabo Verde. Saindo do arquipélago, veio a indecisão: conhecer o Caribe ou o Brasil?

"Decidimos ir ao Brasil, porque era menos conhecido que o Caribe. Fomos seguindo a costa, passamos pelo Nordeste, pelo Rio de Janeiro e chegamos à Baía de Guaratuba, sem conhecer ninguém", conta Gerard. Já em Guaratuba, o casal encontrou uma embarcação de turismo em reforma e decidiu perguntar como estava a maré, para poder voltar ao mar e retornar para a França.

Acabaram conhecendo os donos da embarcação e se encantaram com a cidade e o mar. "Duas semanas depois, a maré já havia subido, descido, subido de novo, e a gente não queria mais ir embora. Voltamos para a Europa apenas para acertar nossos vistos", explica o velejador.

Os dois completaram nesta temporada dois anos trabalhando nos passeios turísticos de barco pela Baía."Queremos ficar no Brasil, e aqui em Guaratuba", diz, com firmeza, Gerard.

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