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Incidente

Surto de águas-vivas foi causado por ação do vento e correntes marítimas

Representantes do governo se reuniram nesta quarta-feira (1) para apresentar os resultados da pesquisa sobre o alto incidente de águas-vivas no Litroal | Henry Milléo / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Representantes do governo se reuniram nesta quarta-feira (1) para apresentar os resultados da pesquisa sobre o alto incidente de águas-vivas no Litroal (Foto: Henry Milléo / Agência de Notícias Gazeta do Povo)
Água-viva nas areias de Matinhos na manhã desta quarta-feira (1) |

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Água-viva nas areias de Matinhos na manhã desta quarta-feira (1)

Um grupo de especialistas montado pelo governo do Paraná apresentou na manhã desta quarta-feira (1º), em Matinhos, no Litoral do estado, os resultados das pesquisas para entender as causas do grande número incidentes com águas-vivas nesta temporada. A reunião contou com representantes do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), da Secretária de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), da Universidade de São Paulo (USP) e do Corpo de Bombeiros.

Para o grupo, o aparecimento numeroso de animais na costa do Paraná, principalmente nas praias de Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba, está relacionado a fatores oceanográficos, como ventos e correntes marítimas. As hipóteses levantadas no início do surto, de poluição e ação do homem, foram descartadas.

Segundo o biólogo e professor da USP Antônio Carlos Marques, não houve um aumento do número de águas-vivas neste ano. "Esses animais têm uma capacidade natatória limitada, eles não se deslocam em grandes distâncias e tampouco decidem para onde vão. Estão sempre sujeitos ao regime de correntes. O que houve foi uma concentração das espécies que geralmente ficam a uma determinada distância da região costeira. Elas foram trazidas para as praias pela ação das correntes marítimas e climáticas", explicou Marques.

O resultado dos estudos descarta, também, outros fatores que pudessem influenciar no grande número de casos, como a poluição e a ação humana, levantados no início do surto, no final de janeiro. "Pelo menos aparentemente não temos esse problema aqui no nosso Litoral, de que a água-viva tenha vindo por causa da poluição. Nossos técnicos também avaliaram isso", disse Sezifredo Paz, superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa.

Carnaval

A preocupação do grupo, agora, é com o grande número de banhistas que deve vir ao Litoral no período do Carnaval. Para isso, foram preparadas ações de orientação e prevenção de acidentes. Segundo Sezifredo, vai continuar o monitoramento do número de casos, foram impressos 250 mil folders de orientação que serão distribuídos nos balneários e nas praças de pedágio, além de orientação também aos funcionários da saúde que estão atendendo os casos no Litoral.

Incidência

O número de acidentes envolvendo águas-vivas no Litoral já passa de 13 mil desde o início da Operação Verão, em 12 de dezembro de 2011. O número significativo, comparado com outras temporadas, também se deve à mudança na metodologia de contagem dos casos pelo Corpo de Bombeiros.

"Hoje registramos 100% das ocorrências, o que não era feito em anos anteriores. Por isso, também, temos números tão elevados", explicou o Presidente IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto.

Na temporada de 2010/2011 foram registrados apenas 541 casos. Nesta Operação, o primeiro grande pico foi registrado no dia 19 de janeiro, com 1,2 mil casos em apenas um dia. A maior parte do total de ocorrências foi registrada nas praias de Matinhos, que teve mais de sete mil casos.

Segundo a Sesa, mais de 99% dos casos registrados foram leves, resolvidos já na areia da praia, com os guarda-vidas e a aplicação de vinagre sobre o ferimento. Até o dia 30 de janeiro, 250 pacientes foram atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento de Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná, grande parte com sintomas leves. "Não tivemos nenhum caso considerado grave no Litoral até o momento", disse Sezifredo.

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