Paisagem colonial: depois das avarias causadas pelas chuvas, município retoma aos poucos seu lugar na vida paranaense e atrai visitantes| Foto: Walter Alves / Gazeta do Povo

Dificuldade

O trapiche de Antonina, reformado por empresários no final do ano passado, sofreu depredações e foi preciso desativar o ponto de informações turísticas que funcionava ali. O serviço agora fica no Teatro Municipal. A empresária Ana Eliza de Souza lamenta que a falta de segurança tenha prejudicado o trabalho do grupo. "Não adianta ter revitalização se não tem segurança. É preciso restauro total e colocação de vigias."

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O que fazer em Antonina nos próximos dias:

• Exposição carnavalesca na Estação Ferroviária

Local: Praça Carlos Cavalcanti, s/ nº

Horário: Segunda a sexta das 8h às 11h30 e das 13h30 às 18 horas Sábados e domingos das 9h30 às 16 horas

• Passeio de barco

Local: Trapiche Municipal (Rua Conselheiro Antônio Prado, s/ nº)

Horário: das 10 às 18 horas

Valor: R$ 10 por pessoa. Crianças de até 10 anos não pagam

• Peça "Júlia", grupo de Teatro Cirquinho do Revirado

Local: Praça Coronel Macedo

Data: 19 de janeiro

Horário: a partir das 20 horas. Gratuito

• Oficina de perna de pau

Local: Praça Coronel Macedo

Data: 20 de janeiro

Horário: das 14 às 17 horas. Gratuito

A Estação Ferroviária promove uma exposição carnavalesca

As chuvas que causaram estragos no Litoral do Paraná, em março de 2011, também prejudicaram a frequência de visitantes na região. Quase dois anos após a tragédia, iniciativas ainda tentam fortalecer o setor. Em Antonina, cidade que teve seu Centro Histórico tombado pelo Patrimônio Cultural em janeiro de 2012 e vive principalmente do turismo, a manutenção dos espaços culturais é uma das formas de recuperação.

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O movimento Viva + Antonina, criado após os alagamentos para recuperar a cidade, atua até hoje. No final do ano passado, proprietários de restaurantes, em parceria com a prefeitura, organizaram a reforma do trapiche da cidade, de onde partem passeios turísticos de barco, atraindo recursos por conta própria. Outras ações promovidas pela união dos empresários são a divulgação da cidade em outdoors e distribuição de panfletos sobre restaurantes locais.

"A situação começou a reverter, e estamos voltando ao normal. A cidade também teve maior consciência em relação aos serviços de turismo, e está aumentando o fluxo de pessoas", conta a proprietária de um restaurante na cidade há 13 anos, Ana Eliza de Souza.

O turismo de Antonina também se fortalece com associações de artesanato e a gastronomia típica. No Mercado Municipal, esses dois setores têm espaço especial. Agora, o município prepara uma das maiores apostas da região: os festejos de carnaval. São desfiles de blocos folclóricos, bailes públicos, escolas de samba, além do tradicional concurso das "escandalosas", em que homens se vestem de mulher. Na estação ferroviária, já está ativa uma exposição dos bonecos carnavalescos. A expectativa da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo é receber entre 35 mil a 40 mil pessoas no período.

Recuperação

Segundo o secretário municipal de Turismo e Cultura de Antonina, Cezar Broska, os acontecimentos de 2011 provocaram uma queda na frequência de visitantes, mas a cidade se recuperou. "Nos primeiros dias deste ano o movimento já está grande", diz. Ele afirma que, até dezembro, uma série de prédios históricos deve ser revitalizada, como a Estação Ferroviária, o Teatro Municipal e a Praça Coronel Macedo.

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O orçamento municipal deste ano prevê investimentos de R$ 454 mil no setor turístico, mas o valor é menor do que no ano passado, quando R$ 711 mil foram destinados à área. A prefeitura informou que a queda no valor se deve ao planejamento feito pela gestão anterior, e que o atual prefeito, João Domero (PSC), deve pedir revisão dos valores à Câmara Municipal nos próximos meses.

Famílias vivem em abrigos à espera de casas

Desde as chuvas que castigaram parte das cidades do Litoral em 2011, quando mais de 20 mil pessoas foram afetadas, Antonina ainda tem famílias vivendo em abrigos, na espera pela entrega de novas casas. O casal Juliano de Oliveira e Jéssica Dutra está há um ano e meio com a filha, de 6 anos, em um abrigo fornecido pela prefeitura.

As chuvas prejudicaram principalmente o bairro Laranjeiras, onde moravam. A maior dificuldade está na falta de segurança no local e na estrutura. "No carnaval passado, um homem arrombou a porta. Tivemos que chamar a polícia", conta Jéssica. No abrigo, há apenas uma cozinha para as três famílias que vivem no prédio. Para Juliano, o lugar não tem estrutura para abrigar famílias. "A gente precisava ir a outra casa para lavar as roupas. Aqui não tem condições", diz.

Segundo a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), que gerencia o projeto de construção das novas casas, o atraso aconteceu porque a empresa que venceu a licitação na primeira fase das obras não cumpriu parte do contrato. Até junho, 53 casas devem ser entregues na cidade, e outras 35 ainda neste ano.

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