Turistas e moradores buscam sossego em Curitiba durante o carnaval

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Uma cidade quase vazia. Esse é o retrato de Curitiba neste feriado. Nesta segunda-feira (20), véspera da terça-feira de carnaval, passar pelo centro da maior cidade do Sul do Brasil foi tarefa fácil, em comparação com o início da semana anterior, de trânsito intenso e greve no transporte coletivo. Em algumas das principais ruas do centro, era difícil encontrar mais do que um carro por semáforo.

Mas a cidade que parecia ter adormecido enquanto o resto do país pulava carnaval se encontrava reunida nos principais atrativos turísticos. Com os shopping fechados, os curitibanos e turistas escolheram os parques da metrópole para passar o feriado. A dentista Taiana Alves da Encarnação, 25 anos, que trabalha em Curitiba, trouxe os pais, que moram na cidade de Cacoal, Rondônia, para conhecer o Jardim Botânico.

O pai, Jorge Roberto Alves da Encarnação, 63, e a mãe, Edenilda Gomes da Encarnação, 45, visitam Curitiba pela primeira vez. Em poucas horas de passeio, eles aprovaram o sossego do carnaval oferecido na capital. "Eu, que nasci no Rio de Janeiro, sei que lá é bastante agitado e essa tranquilidade é muito melhor", disse Jorge. Apenas um detalhe incomodava a família que veio do Norte do Brasil: o clima da capital. "Aqui é um pouco frio", disse Edenilda, mesmo com os termômetros chegando perto dos 30°C.

Outra curitibana que trouxe pessoas de longe para conhecer a capital foi Meire Tanaka Bordin, 63. A irmã, Amélia Tanaka Grassi, 57, mora no Japão e veio visitar a capital paranaense. As irmãs se sentiram bem principalmente com o trânsito tranquilo da cidade, que costuma ter ruas congestionadas. "Curitiba no feriado é bom porque podemos fazer tudo com mais calma e não com aquela correria de sempre", disse Meire, que também visitou o Jardim Botânico.

Os moradores de Curitiba que não desceram a Serra do Mar também se sentiram mais a vontade para relaxar nos parques. Alguns trocaram a folia nas praias pela calmaria do carnaval curitibano. O casal Roberto Guedes, 30, e Francielle Naumes, 29, trouxeram o filho Roberto para caminhar no Parque Barigui e jogar um pouco de futebol. "Mas ele já tentou pular na água do lago", diz Roberto. O casal, enquanto tomava sorvete, esquecia do transtorno de enfrentar congestionamentos, filas e multidões. "Não gostamos do carnaval para festejar, mas para descansar", comenta Francielle.

Mudança de planos

Uma estrada completamente congestionada, com carros transitando a 10 km/h, fez a promotora de justiça Gildelena Alves da Silva, 47, desistir da viagem que faria para o Litoral pela BR-376. Com a fila de carros pela rodovia, ela, que é de Londrina e está passando as férias na casa do filho na capital paranaense, decidiu pegar o retorno da rodovia e passar o carnaval em Curitiba.

Para esquecer o transtorno de uma viagem perdida, Gildelena aproveita o tempo de folga para conhecer melhor a cidade. "É bom passear de carro porque as ruas estão tranquilas". Para melhorar o tempo livre, ela aproveita os parques, em especial do Barigui, um dos mais movimentados da cidade. "Eu prefiro o sossego e contato com a natureza do que a agitação de qualquer carnaval", completa.