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Quais são os pontos do Litoral do Paraná que estão adaptados para o acesso de pessoas com deficiência?

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Serviço

Veja onde utilizar as cadeiras anfíbias no litoral paranaense

• Equipamento: As cadeiras de rodas têm material diferenciado facilitar o trânsito pela areia até a flutuação no mar. O estofamento é de nylon, e as rodas infláveis, mais largas, são feitas com um tipo de plástico

• Matinhos

Local: Praia MansaAtendimento: nos finais de semana das 9 às 11 horas e das 16 às 18 horas. Na altura da Rua Rio Branco, próximo à academia da terceira idade

• Guaratuba

Local: Praia CentralAtendimento: na Praia Central, diariamente até o dia 17 de fevereiro, das 9 às 17 horas. Fora do período da temporada, ainda é possível utilizar as cadeiras. Elas ficam à disposição na Secretaria Municipal do Bem Estar e Promoção Social, na Av. 29 de Abril

Confira outras iniciativas voltadas a cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção em praias do país:

Rio de Janeiro

A Associação Adaptsurf trabalha desde 2007 com projetos de acessibilidade nas praias, em parceria com prefeituras e empresas. Funciona durante todo o ano. Nos sábados, há tendas armadas na Praia da Barra da Tijuca, e nos domingos na Praia do Neblon, das 9h às 14h. No site www.adaptsurf.org.br, é possível encontrar um guia de acessibilidade das praias cariocas

São Paulo

O projeto Praia Acessível funciona desde 2010. Atualmente, há empréstimos de cadeiras anfíbias em praias nas regiões de Bertioga, Guarujá, Iguape, Ilha Bela, Santos e São Sebastião. O projeto também funciona em água doce, em algumas cidades do interior.

Alagoas

Em Maceió, o projeto Jangada Acessível possibilita um passeio às piscinas naturais da Pajuçara. São três jangadas de madeira com capacidade para seis pessoas, sendo duas cadeirantes. Mais largas que as tradicionais, as jangadas têm espaços adaptáveis para pessoas com pouca mobilidade. O passeio custa R$ 25 por pessoa.

Rio Grande do Sul

O projeto Praia Acessível atende a cidade de Capão da Canoa, no litoral norte, de sexta a domingo, das 9 às 17 horas. Há profissionais para atendimento e cinco cadeiras anfíbias. Esteiras ecológicas facilitam acesso na areia.

Ceará

Deve ser inaugurado este mês em Fortaleza o projeto Maré Acessível, Praia para Todos. Seis cadeiras anfíbias estarão à disposição, com monitores da área de fisioterapia e educação física. Deve funcionar nos sábados e domingos na Praia do Futuro, das 9 às 15 horas, durante três meses.

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O mar está um pouco mais longe para alguns veranistas no litoral do Paraná. Quem tem dificuldade para se locomover não consegue acessar a orla em toda a sua extensão, pela falta de rampas em alguns locais ou de calçadas conservadas. Em Matinhos e Guaratuba, o governo municipal tem projetos que oferecem acessibilidade e mobilidade a pessoas com deficiência. Mas o serviço ainda precisa ser ampliado.

Em Guaratuba, o projeto Praia Acessível funciona desde a temporada passada, quando foram feitos 82 atendimentos. Além de três cadeiras anfíbias – cadeiras de rodas flutuantes, adaptadas para uso em praias – estão à disposição dos veranistas dois guarda-sóis e um ambulatório itinerante.

INFOGRÁFICO: O difícil acesso às praias

Os empréstimos são por 40 minutos. Ao chegar, o usuário preenche uma ficha com dados pessoais e pode deixar sugestões para melhorias no projeto. A analista de informática Rosalinda Correia, de 27 anos, apresentou críticas pela segunda vez. A curitibana tem amiotrofia espinhal, uma doença genética que a impede de andar desde os 10 anos. Só com a ajuda da mãe, a dona de casa Augusta da Silva, e de dois amigos, ela conseguiu tomar um banho de mar na última semana. "Senti falta do cinto de segurança, para o usuário ficar mais firme. A transferência de uma cadeira para outra, por não desmontar o braço da cadeira anfíbia, dificulta um deslocamento confortável", diz.

A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Guaratuba, Ana Maria Bianchin, acredita que o principal mérito da iniciativa é proporcionar lazer aos usuários, mas reconhece a necessidade de ampliação. "O ideal seria nove cadeiras, para atender três pontos diferentes: Caieiras, Praia Central e Morro do Cristo", diz. Outras melhorias seriam a instalação de chuveiros próximos à estrutura e mais vagas de estacionamento para deficientes.

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Demanda

Em Matinhos, uma estrutura semelhante funciona na Praia Mansa pela primeira vez, com duas cadeiras disponíveis nos finais de semana. Assim como em Guaratuba, apenas um ponto da praia tem o serviço. Segundo o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Ruy Auer, o movimento de usuários ainda não justifica a inserção de outros pontos.

Servidores e voluntários se revezam em turnos no atendimento aos cadeirantes. Em parceria com o Rotary Club de Matinhos, o projeto já atendeu 22 pessoas nesta temporada. Segundo a presidência da entidade, a intenção é criar mais quatro pontos na orla até o próximo ano.

Familiares pedem presença de atendentes

Para especialistas da área, os projetos de acessibilidade no litoral precisam priorizar a independência e segurança das pessoas com necessidades especiais. A professora e fisioterapeuta Vera Lúcia Israel, que integra o Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais e Especiais da UFPR Litoral, afirma que as iniciativas existentes não conseguem atender plenamente todos os tipos de deficiência.

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Um exemplo acontece na troca na cadeira tradicional para a anfíbia. "Se a pessoa for paraplégica, tiver um bom tronco e força nos braços, consegue se locomover. Mas quem tem múltiplas deficiências não se sente confortável na cadeira anfíbia", diz.

Os problemas não se restringem ao trajeto da calçada ao mar. É difícil encontrar meios de mobilidade no caminho entre um balneário e outro e no comércio ao redor das praias.

Ajuda

Nas iniciativas de Guara­­tuba e Matinhos, sempre que possível a própria família deve levar o usuário até o mar. O que não é bem visto por familiares de pessoas com necessidades especiais. "Sem apoio, não adianta cadeira. Alguns cadeirantes não conseguem vir sozinhos à praia", afirma a dona de casa Augusta da Silva, que tem uma filha com amiotrofia espinhal. Ela destaca a necessidade de atendentes com experiência e preparo para acompanhar os usuários durante o uso.

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