O empresário Marcelo Maluf pratica o snorkeling na Ilha de Itacolomi| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Prepare-se

Veja as opções – e os preços – para quem quer se aventurar no fundo do mar:

Escolas em Curitiba

> Acquamar Mergulho Turismo, Náutica e Pesca

Curso básico: R$ 980.

Rua Com. Roseira, 152, Prado Velho. Contatos: (41) 3332-7466 e www.acquamar.com.br

> Patadacobra Adventures

Curso básico: R$ 835.

Experiência de um dia: R$ 185.

Alameda Dom Pedro II, 635, loja 4, Batel.

Contatos: (41) 3343-6040 e www.patadacobra.com.br

> Scubasul Cursos de Mergulho

Curso básico: R$ 980

Experiência de um dia: R$ 70 na piscina, R$ 100 na praia e R$ 170 embarcado.

Rua 13 de Maio, 894, Centro.

Contatos: (41) 3232-0198 e www.scubasul.com.br

> Acquanauta Mergulho

Curso básico: R$ 1 mil

Experiência de um dia: de graça na piscina, R$ 150 embarcado.

Rua Professor Arthur Loyolla, 320, Cabral.

Contatos: (41) 3016-7771 e www.acquanauta.com.br

> Operadora no Litoral

Lancha Furacão, em Pontal do Sul

O preço depende da lotação da lancha, mas o custo médio é de R$ 180 por pessoa, com equipamento incluído. É exigido o certificado de curso básico de mergulho.

Contatos: (41) 3455- 2093, (41) 9969-1960 e lanchafuracao@brturbo.com.br

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Onde mergulhar

Confira a localização dos pontos de mergulho no Paraná:

> Ilha de Itacolomi 10 milhas no sentido leste, saindo de Guaratuba.

> Ilha de Currais 15 milhas no sentido sul, saindo de Pontal do Sul.

> Ilha da Figueira 23 milhas no sentido norte, saindo de Pontal do Sul.

> Balsas 25 milhas no sentido leste, saindo de Pontal do Sul.

A lancha Furacão realiza passeios em pontos do Litoral do Paraná
A Ilha de Itacolomi é um dos principais pontos de mergulho da costa paranaense
A sensação de respirar debaixo d´água fascina os praticantes do mergulho autônomo

Imagine a sensação de estar dentro de um imenso aquário, nadando entre a vida submarina. É isto que se sente quando se pratica o mergulho de contemplação no oceano. Apesar de Santa Catarina ser mais lembrada pelos mergulhadores, o Paraná também tem bons lugares para quem gosta de apreciar a vida debaixo da água.

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Como a natureza submarina se desenvolve perto de pedras, onde encontra abrigo e comida, os principais pontos de mergulho do estado estão localizados próximos às ilhas e recifes artificiais. As três ilhas mais conhecidas são a de Itacolomi, formada por rochedos; a de Currais, conhecida por ser a ilha brasileira que abriga a maior quantidade de aves por metro quadrado; e a da Figueira, perto da divisa com São Paulo.

Entre os pontos de recifes artificiais, dois empolgam os mergulhadores. O primeiro é próximo a duas balsas, a Espera 7 e a Dianka, enterradas a cerca de 30 metros de profundidade. "A Espera 7 já está se desintegrando. Nós acreditamos que seja pela ação de pescadores, que usam explosivos como arma de pesca", afirma Emerson Carvalho Macedo, 37 anos. O empresário mergulha há mais de 15 anos e frequenta assiduamente o Litoral parananense.

O segundo é o Parque dos Meros, que apesar de ficar em mar aberto contém uma grande quantidade de vida marinha. Isso porque há dez anos um projeto do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM/UFPR) foi responsável pela colocação de blocos de concreto em uma região entre as ilhas de Currais e de Itacolomi. Os blocos funcionam hoje como recifes artificiais e são responsáveis pelo repovoamento da fauna e da flora existentes na região. O nome do local faz referência a um dos peixes que mais chamam a atenção dos visitantes, o mero, que pode chegar a 2 metros e 250 quilos. Para dificultar a ação de pescadores que caçam este animal, o local exato do parque não é amplamente divulgado. O animal pode ser visto também em outros pontos. "Na última vez que estivemos nas balsas, vimos mais de 20 meros. Foi uma cena maravilhosa", relata Macedo.

Haja fôlego

Existem dois tipos de mergulho. Um deles é o livre, em que o mergulhador não usa equipamento contendo ar e, por isso, tem de voltar à superfície assim que o fôlego acaba. Para esta prática – chamada de snorkeling –, utiliza-se normalmente o snorkel – uma espécie de cano para respirar fora da água –, que serve para que o praticante fique com a cabeça dentro do mar enquanto observa a vida marinha. Ele é utilizado também na pesca submarina, em que o uso do cilindro é proibido, restando aos praticantes apenas a força dos pulmões.

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O segundo tipo de mergulho, o autônomo, é o que depende do cilindro de ar, que é composto não só de oxigênio. "São 21% de oxigênio e 79% de nitrogênio. Se fosse só oxigênio, a partir de 12 metros de profundidade já geraria uma convulsão e a morte por afogamento", explica o mergulhador Diego Link, que está fazendo o curso de instrutor na escola curitibana Acquanauta e, a partir de fevereiro, será responsável por ensinar outras pessoas.

Para os iniciantes neste esporte, a sensação de respirar dentro da água é fascinante. Mesmo assim, não basta colocar um cilindro nas costas e sair mergulhando por aí. O curso básico, que dá direito a uma credencial, é obrigatório. No Litoral paranaense não há escolas, mas é possível fazer o curso em Curitiba, em piscinas, e depois ir ao Litoral para o batismo – nome dado à primeira vez que o praticante entra na água na condição de mergulhador.

Investimento

Para aqueles que não têm certeza se o investimento – que pode passar de R$ 1 mil – vale a pena, as escolas oferecem uma experiência de um dia, que conta com aula teórica e mergulho. Os preços variam de acordo com a escola e o local escolhido para o batismo.

Por ser um esporte que demanda materiais caros, o mergulho autônomo acaba sendo um esporte para poucos. Sem contar o preço do aluguel ou da compra de um barco, o equipamento completo custa, aproximadamente, R$ 2,5 mil. Muitas escolas ou operadoras de mergulho, porém, alugam os equipamentos, mediante a apresentação da credencial.

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Quem mergulha, no entanto, garante que a sensação de estar no meio do oceano, ao lado de fauna e flora completamente livres, não tem preço. Diante de tudo o que é visto no fundo do mar – como robalos, garoupas, meros e barracudas – cada centavo investido acaba valendo a pena.

Uma família mergulhadora

É difícil encontrar uma pessoa que tenha começado a praticar o mergulho autônomo e não tenha se apaixonado. A sensação de ver de perto, e às vezes até tocar, animais como arraias, tartarugas e peixes das mais variadas espécies chega a encantar famílias inteiras.

É o caso do estudante de Biologia Raul Braga, 21 anos. O curitibano é o mais novo de três irmãos e o último que fez o curso para ser mergulhador profissional, há nove anos. "Meu pai e meu irmão mais velho começaram no esporte. Quando eu fui fazer o curso, minha mãe se empolgou e fez comigo. Ela tinha um pouco de medo, mas hoje gosta bastante", revela.

Braga conta que, apesar de todos da família mergulharem, nem sempre é possível que façam isto unidos. "Depende da disponibilidade de cada um. Algumas vezes mergulhamos juntos. Em outras ocasiões, os meus pais viajam e mergulham sozinhos."

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Ele, que faz o curso para ser instrutor e poder repassar a paixão, tenta explicar porque a prática é tão adorada. "É uma experiência única, não existe nada parecido. É uma novidade todas as vezes que se entra no mar. Não existe um mergulho igual ao outro, mesmo que seja no mesmo lugar", garante.

Cada vez mais fundo

Diego Link é outro apaixonado. "Sempre gostei de água. Fui nadador profissional durante sete anos", afirma o consultor de tecnologia da informação, mergulhador há cinco anos.

Link define as sensações que tem quando está submerso e suas preferências. "Eu gosto de mergulhar em naufrágios, onde é possível observar a história aliada à natureza. Também gosto de ter a sensação de estar como que em gravidade zero, o que só se aprende com a experiência."

Quando o futuro instrutor começa a falar sobre grandes profundidades se empolga. "O planejamento do mergulho é do que eu mais gosto. Calcular quais os tipos de cilindros e quantos deles eu vou ter de levar, quanto tempo eu vou ter de ficar em cada profundidade. É um aprendizado constante", afirma. Ele diz ainda que, dependendo do tempo em baixo da água e da profundidade, a volta à superfície às vezes demora mais do que o próprio mergulho, já que é preciso adaptar o corpo à pressão.

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O mergulhador garante que, quando o tempo é favorável, o estado paranaense tem bons lugares para o esporte. "O problema do Paraná é o mar turvo. Mas quando a visibilidade está boa, é muito legal. Tem muita vida", garante.