O que plantar: escolha das espécies é importante
O paisagista Marcos Magalhães Costa explica que, quando jardins ou hortas são cultivados em espaços internos ou cobertos, uma manutenção mais frequente das plantas é necessária. "É preciso pensar em adubação, irrigação, incidência solar e ventilação. Antes de escolher as espécies que irão compor o seu jardim, também é importante avaliar quais plantas vão se adaptar melhor ao local."
Além das flores e das folhagens, um canteiro com temperos e ervas como manjericão, hortelã, alecrim e alfavaca também é uma boa opção, principalmente por ser de fácil manutenção e por agradar o olfato. Apesar de as espécies menores serem preferência, é possível cultivar até mesmo árvores frutíferas em pequenos espaços, caso das pitangueiras ou das jabuticabeiras.
Morar em apartamento ou passar o dia no escritório não é desculpa para se distanciar da natureza. Manter espaços verdes nos centros urbanos mesmo que em locais pequenos e inusitados , além de uma tendência, está se tornando uma necessidade. "As pessoas estão sentindo falta de pisar na grama, mexer na terra. Por isso, a busca por esse tipo de projeto tem aumentado significativamente nos últimos tempos", conta o paisagista Marcos Magalhães Gomes, da Esalflores.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o ideal é que uma cidade ofereça 12 m2 de área verde por habitante. Embora Curitiba esteja bem servida de parques e bosques, oferecendo à população cerca de 51 m2/habitante, desfrutar dessas áreas nem sempre é possível, seja pela distância ou pela falta de tempo. A opção por cultivar o verde em locais de convivência mais próximos contribui para tornar o lar e o ambiente de trabalho mais saudáveis. Magalhães conta que, com um pouco de criatividade e disposição, é possível criar um verdadeiro oásis em um simples corredor ou na varanda de um apartamento. "As possibilidades são inúmeras. Além de folhagens e flores, árvores frutíferas e grama também podem ser cultivadas em vasos. Se o espaço for muito pequeno, ainda é possível criar um jardim ou uma horta vertical, apoiada sobre uma parede", sugere.
Telhado vivo
A criação de áreas verdes usando espaços ociosos de prédios e casas apresenta outras vantagens importantes que vão além do bem-estar. Esses espaços podem ajudar a economizar energia, diminuir a emissão de gás carbônico na atmosfera e evitar enchentes. Caso dos telhados verdes também chamados de telhados vivos , que existem desde a década de 70 em países como a Islândia e a Alemanha. No Brasil, ainda são tratados como novidade, principalmente no Paraná, que conta com poucos exemplos, entre eles o telhado da nova fábrica da Matte Leão, em Fazenda Rio Grande, e as futuras instalações do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (Crea-PR), em Curitiba.
Como explica o engenheiro agrônomo João Manoel Linck Feijó, presidente da Associação Telhado Verde Brasil e sócio da empresa Ecotelhado, com sede em Porto Alegre, a vegetação sobre lajes funciona como um isolante térmico, protegendo as construções do calor e do frio e, consequentemente, amenizando o uso dos resfriadores e aquecedores de ar. A cobertura natural também aumenta a retenção da água da chuva diminuindo o risco de enchentes e a poluição dos rios. "A chuva que cai no asfalto desemboca nos rios levando uma série de poluentes, como os hidrocarbonetos presentes no combustível. Essa água captada pelo ecotelhado pode ser tratada antes de chegar às bacias", explica Feijó.
O uso de paredes verdes também apresenta as mesmas vantagens e funciona principalmente em construções com face oeste que recebem mais sol durante a tarde. "Uma parede ou laje revestida por grama e plantas previne desgaste e rachaduras, além de melhorar a acústica do ambiente", completa o engenheiro.
Em muitos países e em algumas cidades do Brasil, como Porto Alegre, existem leis que determinam a destinação de uma porcentagem da área total dos terrenos para área vegetada. Em Curitiba, a manutenção de áreas verdes é incentivada pela oferta de benefícios, como, por exemplo, a redução de impostos. A implantação de telhados, terraços ou paredes verdes pode ser uma alternativa quando o terreno disponível é pequeno. "A cidade e a floresta podem e devem coexistir. Há muito tempo que aprendemos que urbanização não é sinônimo de desertificação", lembra Feijó.
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