O vereador Luís Ernesto (PSDB) iniciou uma polêmica ao afirmar que possui 500 horas de gravações de conversas informais entre vereadores, envolvendo inclusive membros do Executivo. Segundo reportagem da Gazeta do Povo, o parlamentar alegou que só irá tornar público os diálogos caso seja prejudicado de alguma forma.
A ameaça velada veio à tona durante a discussão de um veto na Câmara Municipal de Curitiba e, segundo a reportagem, pode provocar um confronto entre vereadores da base de apoio do prefeito Beto Richa (PSDB).
"Ganhei do meu irmão esse aparelho mágico", disse o parlamentar, ao mostrar um gravador enquanto discursava na tribuna. Ele disse que, por segurança, registrou várias reuniões que ocorrem na Câmara e fora dela nos últimos seis anos. "Não me ameacem porque eu tenho essa maquininha", declarou.
A afirmação do vereador provocou manifestações no plenário, principalmente de colegas que queriam que Luís Ernesto divulgasse o conteúdo das gravações. Contudo. A atitude do vereador tucano despertou curiosidade e revolta, principalmente de alguns colegas que viram na postura do tucano uma forma de chantagem para conseguir votos favoráveis à manutenção de seu projeto de lei, que trata da concessão de alvarás para acupunturistas.
Em seu pronunciamento, Luís Ernesto também afirmou que o secretário municipal de Governo, Maurício de Ferrante, de ter prometido a sanção do projeto caso provasse que existem outras cidades onde a sistemática está em vigor e ainda de alegar que a proposta não poderia virar lei porque a pressão da classe médica sobre a prefeitura estava muito forte. "Essa Câmara pode fechar, pois é subserviente ao governo", disparou, argumentando que não há resquícios de autonomia no Legislativo.
A polêmica provocou fissuras na base aliado do governo Beto Richa. Parlamentares de situação se digladiaram enquanto a oposição assistia. O projeto em discussão recebeu aprovação unânime quando passou pela Câmara, mas depois do veto encontrou vários vereadores contrários. A votação secreta resultou na manutenção da negativa ao projeto, por 22 a 14.
O presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), irá analisar a possibilidade de provocar o Conselho de Ética para que tome providências, já que a acusação de Luiz Ernesto foi generalizada e atinge toda a Casa.
Leia a reportagem completa na Gazeta do Povo
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