Vereador destrói o próprio gabinete

Uma grade derrubada, portas arrombadas, mesas e telefones destruídos. Este foi o saldo da passagem do vereador Pedro Proença dos Santos (PT), mais conhecido como Pedro Facho, pela Câmara de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba, ontem à tarde. Sem motivo aparente, Proença invadiu o local, por volta das 14 horas, e destruiu o próprio gabinete a golpes de marreta.

Dois funcionários da Câmara estavam no local na hora. Segundo eles, o vereador utilizou uma corrente, presa a um veículo Toyota, para derrubar a grade (a Câmara está em recesso até o dia 15 e só vem sendo aberta pela manhã). "Só ouvi o estrondo. Pensei que um avião estava caindo", afirma Joel Stresser, assessor do vereador Doglair Nodari (PMDB), presidente da Casa. "Ele estava com uma marreta na mão e avisou que ia passar. Eu deixei."

Depois de destruir parte da grade, Proença usou a marreta para derrubar a porta de entrada e destruir o balcão da recepção. No gabinete, o vereador poupou apenas um computador, um mapa de Rio Branco do Sul e cartazes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do guerrilheiro Ernesto Che Guevara. Mesas, armários e telefones foram destruídos. Proença não poupou nem o próprio celular.

Assim que o vereador deixou o local, funcionários da Câmara registraram queixa na delegacia. Peritos e policiais militares estiveram no local por volta das 17h30. De acordo com assessores, o presidente da Câmara, Doglair Nodari (PMDB), pretende instalar uma comissão na segunda-feira para investigar o caso (ele está viajando e seu telefone celular estava desligado ontem à tarde).

Funcionários da Câmara lembram que, no segundo semestre de 2005, Proença promoveu outro quebra-quebra durante uma sessão em que era discutida a criação de novos cargos em comissão na prefeitura. "Ele já demonstrou um instinto agressivo", disse o vereador Araslei Cumim (PSDB). A reportagem esteve na casa de Proença no início da noite de ontem. Havia um veículo Toyota no local, as luzes estavam acesas e as janelas abertas, mas ninguém apareceu para atender a reportagem.