Amparado por um habeas-corpus expedido pelo do Tribunal de Justiça (TJ), o vereador de Reserva, na Região Central do estado, Flávio Hornung Neto, assassino confesso do presidente do PC do B local, Nelson Renato Vosniak, retornou à cidade ontem.

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Após ficar 12 dias foragido em razão de uma prisão preventiva, Hornung esteve na manhã de ontem no fórum e na delegacia de Reserva, sempre acompanhado do advogado, Carlos Silva. No fórum, o vereador assinou termo se comprometendo a comparecer a toda solicitação da Justiça e a permanecer na cidade. Em seguida, ele foi à delegacia para complementar o depoimento dado no dia 16 de janeiro, um dia após o assassinato.

Nas novas declarações, Hornung afirma que recebia ameaças de morte de Vosniak há nove meses, o que o motivou a andar armado. De acordo com o delegado da cidade, Wallace Brito, o depoimento complementar não muda o rumo das investigações e mantém a versão do vereador, que alega legítima defesa. Brito ainda aguarda resultado dos laudos periciais para terminar o inquérito.

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A previsão é de que o relatório seja entregue na próxima semana, antes do prazo final, marcado para o dia 15 de fevereiro. "Ele ainda não está totalmente livre de um novo pedido de prisão preventiva", diz o delegado. Porém, o advogado de Hornung acha pouco provável que isso aconteça. "Não existem mais argumentos para a juíza decretar a prisão preventiva novamente. Somente se ele cometer outro delito", afirma Silva.

Hornung passou a noite de quarta-feira em Curitiba, antes de seguir para Reserva. Segundo seu advogado, o vereador, de 26 anos está abatido e perdeu 10 quilos. "Ele está muito abalado e ainda se emociona quando fala do caso", diz Silva. Com dificuldade para dormir desde o assassinato de Vosniak, o vereador passaria por exames na noite de ontem para ser medicado. Procurado pela reportagem, Hornung não quis dar entrevista.

O retorno do vereador à cidade e a liminar que o impede de ser preso provocaram a ira de parentes de Vosniak. "Isso é um abuso e um absurdo da Justiça", sentencia Luiz Carlos Vosniak, irmão da vítima. O advogado da família, Luiz Carlos Bortoletto, acha que dificilmente a liminar será cassada. "A decisão do desembargador está embasada. Mas outros fatos podem fazer com que uma nova prisão preventiva seja decretada."

À tarde, enquanto o assassino confesso foi para a casa dos pais e para a loja agropecuária da qual é sócio, o advogado de Hornung deu entrada no pedido de licença do cargo de vereador por 30 dias. "Ele quer mostrar que, mesmo tendo um cargo político, não vai influir no inquérito", diz.

Segundo o primeiro-secretário da casa, Wilson de Holleben (PMDB), o pedido será apreciado pela mesa-executiva só na segunda-feira, data que o presidente em exercício, José Ayres Corrêa (PSDB), volta de viagem. Hornung passaria a noite na casa da avó, em uma propriedade rural a 2 quilômetros do Reserva.

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