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polêmica

Vereadores de São Paulo aprovam proibição do Uber em 1ª votação

Sob pressão de taxistas, vereadores aprovaram nesta terça-feira (30), em primeira votação, o projeto que veta o Uber, aplicativo que disponibiliza motoristas autônomos em carros de luxo para fazer transporte na cidade.

O texto do vereador Adilson Amadeu (PTB) foi aprovado por 48 parlamentares. Apenas José Police Neto (PSD) votou contra.

No início da tarde, cerca de mil taxistas fizeram uma manifestações, lotando o plenário externo do Legislativo e estacionando os carros no viaduto Jacareí, que ficou parcialmente fechado.

Os taxistas ficaram até as 19h30 na Casa, quando o texto foi aprovado. Aos gritos de “Fora Uber” e “Fora clandestinos”, eles comentaram a aprovação do projeto, que irá a segunda votação no próximo semestre.

Mais cedo, integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre), que defendem o Uber, foram hostilizados pelos taxistas na frente à Câmara.

Dois jovens do grupo, Alexandre Júlio e Fernando Holiday, foram atingidos por ovos quando começavam a dar entrevista à TV Gazeta para defender a liberação do aplicativo. Eles dizem que foram agredidos.

“Levei chutes e tapas, só não vi de onde vinha. A gente estava dando uma entrevista explicando porque somos favoráveis ao Uber quando os sindicalistas começaram a nos hostilizar. Depois, eles partiram para agressão física”, disse Fernando Holiday, coordenador nacional do MBL.

Holiday disse que foram protegidos por guardas metropolitanos e depois pelos policiais militares, que usaram gás pimenta para afastar os taxistas agressores.

O MBL é o movimento responsável pelos protestos contra a presidente Dilma Rousseff.

“Entre os taxistas e o Uber, estamos com o consumidor, por isso achamos que o serviço deve ser liberado”, disse Renan Santos.

Morte

O presidente do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de SP), Antônio Raimundo Matias dos Santos, conhecido como Ceará, afirmou em audiência na Câmara dos Deputados que sem o veto ao aplicativo “não tem como conter a categoria”, “vai ter morte”.

A afirmação foi feita durante discutição da regulamentação no Brasil do aplicativo, e foi reforçada por outro representante da categoria, que voltou a falar na possibilidade de essa disputa por passageiros resultar em violência.

“Pode ocorrer sim uma desgraça porque os motoristas estão revoltados. Um grupo veio falar comigo para dizer que, se a lei não fiscalizar esses clandestinos, eles vão tomar uma atitude. Hoje ele [Santos] deu o recado”, disse Natalício Bezerra, presidente do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de SP), também presente na audiência.

O secretário de Transportes, Jilmar Tatto, afirmou nesta terça que a prefeitura está fiscalizando o Uber. “Nós apreendemos alguns veículos que estão transportando passageiro e cobrando por isso, sem ser táxi, o que na cidade é proibido”.

“Não sei o teor do projeto, não sei exatamente o que está lá [na Câmara]. No momento certo nós vamos opinar a respeito do projeto em si, mas até agora não temos conhecimento do teor do projeto que está em debate na Câmara”, afirmou o secretário.

Outro lado

Em nota, a Uber ressalta que por enquanto continuará operando normalmente em São Paulo, já que o projeto de lei ainda não é válido.

Segundo a empresa, mais de 200 mil e-mails foram enviados por usuários do sistema aos vereadores pedindo que a proibição ao aplicativo fosse vetada.

“Em um momento que se fala tanto em mobilidade na cidade de São Paulo, a inovação é crucial para que as cidades fiquem cada vez mais conectadas, transparentes e inteligentes. A Uber acredita que é possível criar novas oportunidades de negócio para milhares de motoristas parceiros e ao mesmo tempo oferecer novas opções de mobilidade urbana”, afirmou a empresa, em nota.

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