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Os vereadores de Londrina vão passar a contar com mais um benefício a partir da próxima semana. Eles terão uma cota de R$ 300 mensais para gastos com telefonemas por celulares. Os aparelhos serão adquiridos pela Câmara e "emprestados" aos parlamentares. Segundo o diretor da Câmara, Rubens Canizares, somente 2 dos 18 vereadores decidiram não utilizar a nova cota: Tercílio Turini (PPS) e Roberto Fú (PDT). Com isso, o Legislativo municipal passará a ter um novo gasto mensal de R$ 4.800, cerca de R$ 57.600 por ano. Cada aparelho, da Sercomtel, irá custar aproximadamente R$ 600. O custo total de 16 aparelhos deve chegar a R$ 9.600.

"Os aparelhos não vão pertencer ao vereador e, sim, à Câmara. Eles vão assinar um termo de responsabilidade em que se comprometem com a devolução do telefone", explicou Canizares. O diretor também afirmou que os valores que excederem a R$ 300 nas contas desses telefones serão debitados nos salários dos vereadores.

A cota de celular vai se somar a outras existentes. Cada parlamentar já tem direito a R$ 300 mensais de telefone fixo, R$ 300 de Correio, além de 1.000 fotocópias. Somando-se tudo, chega-se a um gasto aproximado de R$ 400 mil ao ano.

O presidente da Câmara, Orlando Bonilha (PL), afirmou não ter expectativa de que a medida seja bem recebida pela população, mas que ela é necessária. "Todo gasto que existe com a Câmara, com os políticos, não são bem recebidos. Mas temos de lembrar que a nossa Câmara é uma das mais enxutas do Estado. Não tem carros oficiais, não tem custeio de combustível, não paga jetom (por convocação extra)", disse.

Ele alega que os vereadores têm muitos gastos com telefone celular para atender a comunidade. "A gente recebe inúmeras ligações a cobrar das lideranças de bairro, dos moradores. Eu mesmo recebo inúmeras por dia", disse. Bonilha explicou que a medida foi uma reivindicação feita à Mesa Diretora por "quase toda a totalidade" dos vereadores.

Recusa

Tercílio Turini justificou que não tem "interesse" no novo telefone celular. "Meu telefone funciona bem. Eu decidi continuar usando o meu mesmo e aquilo que for gasto eu mesmo pago", disse. Questionado se achava correto o estabelecimento de uma nova cota, Turini preferiu repetir que "não tem interesse" no celular da Câmara.

Roberto Fú alegou ter recusado a cota porque acredita que a população não irá aceitá-la. "Apesar de o telefone pertencer à Câmara, a população vai achar que é particular do vereador", afirmou. Ele contou que tem um gasto "muito grande" com celular - cerca de R$ 300 por mês -, mas que preferiu não aceitar a nova cota. "Eu gasto muito com celular atendendo minha comunidade. Muita gente me liga a cobrar. Mas prefiro pagar minha conta", afirmou.

Questionado se acha que a medida é moral, ele respondeu: "A Câmara alega que é legal, mas no meu ponto de vista acaba não sendo moral. Acho meio estranho".

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