Oito cursos de graduação do Paraná estão impedidos de ofertar vagas no vestibular do próximo ano por terem tido desempenho insatisfatório em avaliações realizadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desses, três são ofertados em Curitiba. Os cursos compõem uma lista de 200 graduações que obtiveram nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC) em 2008 e 2011 os cursos são avaliados a cada três anos.
Dos oito cursos do Paraná, sete ainda terão uma chance de reverter a decisão do MEC, pois apresentaram melhora de um ano para outro, saltando do índice 1 para 2, por exemplo. Essas graduações poderão ofertar vagas no vestibular desde que promovam algumas mudanças em até dois meses.
O único curso que não progrediu e, portanto, não poderá receber novos alunos no próximo ano, é o de Tecnologia em Rede de Computadores da Faculdade de Tecnologia Iapec, em Londrina. Segundo o diretor da Iapec, Gladston Ferreira, a nota foi baixa pelo desempenho ruim dos alunos no Enade e o curso será fechado, pois a demanda por ele é muito pequena. No lugar serão criadas duas novas graduações, Tecnologia em Desenvolvimento de Sistemas para Internet e Tecnologia em Segurança do Trabalho.
Segunda chance
Das sete graduações que terão uma nova chance, apenas três já apresentaram propostas de mudança. O curso de Sistemas da Informação da Faculdade Iguaçu, ofertado na cidade de Capanema, apresenta, segundo o diretor Nelson Luiz Possete, o mesmo problema da Iapec: nota baixa na avaliação dos alunos. Segundo ele os estudantes que entram na instituição não têm boa formação de base e só ingressam no ensino superior pela baixa concorrência. Essa situação contribuiria para a nota ruim no Enade. "Também temos poucos professores com mestrado e doutorado e isso baixa o CPC".
Para o coordenador do curso de Engenharia Química da Faculdade de Telêmaco Borba, Osvaldo Vieira, lá o problema também é o baixo desempenho dos alunos, já que há boa quantidade de mestres e doutores (sete e dois, respectivamente) e os laboratórios recebem investimento todos os anos. "O que vamos fazer é trabalhar com os alunos para que não boicotem o Enade. Vamos dividir a responsabilidade com eles", comenta.
O único coordenador que não atribui a nota ruim aos alunos é o do bacharelado em Sistema de Informação da Faculdade de Educação Superior do Paraná, Razer Montaño. Ele considera que a nota baixa é resultado da falta de docentes com doutorado hoje há apenas um. "Vamos trabalhar para resolver esse problema e ir em busca de mais doutores", garante.