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Vestibular 2022

Vestibular da Unicamp traz questões sobre direitos LGBTs e eficácia da hidroxicloroquina

Vestibular da Unicamp
Vestibular da Unicamp trouxe discussões sobre a eficácia da hidroxicloroquina e os direitos LGBTs (Foto: Antoninho Perri / Unicamp)

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Candidatos que concorrem a uma vaga na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) se depararam com escolhas ideológicas para as questões nas provas do vestibular 2022 neste domingo (7). Entre outros temas, o exame trouxe discussões sobre a eficácia da hidroxicloroquina e os direitos LGBTs.

Em uma delas, o texto de apoio informava que: “No Brasil, um exemplo de história que precisa ser narrada é a dos movimentos em defesa dos direitos que hoje reconhecemos como movimentos LGBTQIA+. Tais movimentos eclodiram como um ato de resistência em plena ditadura civil-militar, marcada pela repressão e por ideais conservadores. Naquele contexto, a busca por visibilidade passou a ser compreendida como um dos elementos fundamentais para a conquista da cidadania. Entre outras coisas, os ativistas defendiam que os direitos políticos, sociais e civis tornam-se socialmente legítimos para os cidadãos quando envolvem o direito aos meios de comunicação e à livre expressão”. Os vestibulandos, então, tiveram de responder sobre a “historicidade dos movimentos políticos identitários e suas estratégias políticas de ação”.

Em outra parte da prova, havia o trecho de uma reportagem em que os temas debatidos eram a eficácia da hidroxicloroquina e os tratamentos precoces contra a Covid. Em tradução livre, um trecho apontava que: “não houve evidências de que a hidroxicloroquina melhora os resultados para pacientes com Covid-19; alguns estudos descobriram que isso causa mais mal do que bem”. Na verdade, não existe comprovação científica definitiva de que seja eficaz ou ineficaz no estágio inicial; e os efeitos colaterais da substância, usada há mais de 40 anos para outras doenças, são controláveis.

“There is no evidence that hydroxychloroquine helps Covid-19 patients. So why is Congress still discussing it. By Ashish Jha, Dean of the Brown University School of Public Health, Nov 24, 2020. Last week, in the United States Senate, the conversation was all about the drug hydroxychloroquine. There has been no evidence that hydroxychloroquine improves outcomes for Covid-19 patients; some studies have found that it causes more harm than good. The hearing and the theater around it reflect the disinformation campaigns that have undermined belief in science. Neither Ron Johnson, the Wisconsin senator who is the chairman of the committee, nor his chosen witnesses showed more than a passing interest in evidence. Intuition and the personal experiences of individual doctors were the guiding principles. Early in the pandemic, President Trump referred to hydroxychloroquine as a “game changer”; “I feel good about it”, he said. That’s not how we practice medicine. We have to protect lives through public health measures while we await widespread vaccinations. By endorsing unfounded therapies, we risk jeopardizing a century’s work of medical progress. Do we really want to go back to not using the best evidence to decide which treatments work? Do we want to let politicians prescribe our medications? Science and evidence are the tools we use to know what is true. They are the foundation of modern medicine and public health. (Adaptado de https://www.nytimes.com/2020/11/24/opinion/hydroxychloroquine-covid.html. Acessado em 06/06/2021)”. 

A prova da Unicamp trouxe ainda uma questão sobre a vacina contra a Covid-19 e seu princípio tecnológico. O enunciado dizia que:“Vacinar-se é um ato necessário para proteção individual e coletiva. Até o momento, quatro vacinas contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2) receberam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil e podem apresentar biotecnologia distinta para promover a resposta imune do organismo". Os estudantes tinham de marcar a alternativa que apresentava “corretamente a relação entre o princípio tecnológico da vacina e a resposta imune induzida no organismo vacinado”.

Ao ser questionada pelo G1 sobre os temas presentes na prova, a coordenação acadêmica do vestibular da Unicamp disse que: "A nossa prova, como em outros momentos também, manteve a tradição de abordar temas contemporâneos, que interessam ao debate social, pela ótica de diferentes disciplinas. Então nos tivemos, por exemplo, temas como a memória indígena, a questão do refúgio à vacina, o preço atual da gasolina, o caso do encalho do navio lá no Canal de Suez, que chega a ser quase um caso anedótico, alguns empregos essenciais ou não na pandemia, os biomas, efeito ou não da hidroxicloroquina, história da África, noção de governo e estado. Então nós pegamos temáticas e assuntos que são abordados na escola, mas tentando ligar esses assuntos e essas temáticas a demandas sociais concretas".

O caderno de provas completo do vestibular 2022 da Unicamp está disponível em https://www.comvest.unicamp.br/vestibular-2022/provas/.

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