A Polícia Civil informou durante entrevista coletiva, nesta quarta-feira (14), que foram encontrados vestígios de sangue em um colchão no sítio do goleiro Bruno. Segundo a polícia, o sangue é humano e será submetido a exames de DNA, que vão determinar se o sangue é de Eliza ou não. Além do sangue, fios de cabelo foram encontrados no local e também serão analisados.
Eliza, que desapareceu no início de junho, teve um relacionamento com o goleiro Bruno, que era do Flamengo. Ela tentava provar, na Justiça, que o atleta era pai de seu filho. Oito suspeitos de envolvimento no sumiço da jovem foram presos. Todos negam o crime.
"Por análises periciais, foram detectados vestígios de sangue humano em um colchão, que serão comparados por exames de DNA para saber se são da Eliza ou não", disse a delegada Alessandra Wilke.
Um menor que foi apreendido na casa de Bruno, no Rio, disse, em depoimento, que Eliza foi agredida durante a viagem para Minas Gerais. O adolescente teria confessado que deu três coronhadas na cabeça dela. Em outro relato ouvido pela polícia, o primo de Bruno, Sérgio Sales, disse que encontrou a jovem ferida no sítio do goleiro.
Na semana passada, a polícia confirmou que foram encontrados vestígios de sangue de Eliza em um carro do goleiro Bruno que havia sido apreendido em uma blitz, no começo de junho, por estar com a documentação irregular. O material coletado foi comparado com material genético colhido do pai de Eliza, Luiz Carlos Samudio, e do filho dela.
Ocorrência
Nesta quarta, a delegada afirmou também que foi registrado um boletim de ocorrência porque houve uma alteração no sítio de Bruno durante a noite. Quando a polícia chegou ao local nesta quarta, objetos no sítio estavam em lugares diferentes daqueles onde tinham sido deixados na noite anterior. Várias pessoas possuem a chave do local, segundo a delegada.
A polícia ainda investiga o envolvimento de uma outra mulher no crime. Ela teria cuidado do filho de Eliza, depois que a jovem foi sequestrada.
Buscas
Nesta quarta, também foram realizadas buscas pelo corpo de Eliza na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano (MG). Quatro pontos indicados por cães farejadores foram escavados. Além disso, um equipamento semelhante a um raio x mostrou pontos ocos em paredes, que foram vistoriados. Os policiais chegaram a citar que havia um cheiro forte perto de uma escada.
"O aparelho aponta vazios, ocos na casa. Locais ocos podem ter alguma coisa no vão. Os locais foram abertos para conferirmos se tinha algum osso lá", afirmou Moreira. Nada foi encontrado.
"As buscas foram retomadas porque foram ouvidas versões de testemunhas e supeitos. Mesmo que eles se negassem a qualquer coisa, apareceram indicativos nas investigações."
Depoimento do adolescente
A delegada Ana Maria Santos afirmou que o menor que já prestou depoimento no Rio de Janeiro voltou a ser ouvido pela polícia nesta quarta-feira e teria apresentado um fato novo à polícia, porém, sem contradições.
"Ele permanece cooperativo e praticamente confirma o teor dos depoimentos até então, mas traz uma novidade que, por conveniência da investigação, não será publicada. Ele realmente preserva a presença do Bruno, mas percebemos que a partir de determinado momento o Bruno toma conhecimento do que está acontecendo", afirmou a delegada.
Segundo Ana Maria, o depoimento foi interrompido nesta quarta-feira porque o adolescente estava cansado. "Retornaremos amanhã [quinta-feira (15)] do ponto em que paramos."
Investigações
Nascida em Foz do Iguaçu (PR), Eliza Samudio se mudou para São Paulo e posteriormente para o Rio. Em 2009, teve um relacionamento com o jogador. Ela engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010.
A polícia mineira começou a investigar o sumiço de Eliza em 24 de junho, depois de receber denúncias de que uma mulher foi agredida e morta perto do sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG).
Na terça-feira, 6 de julho, um menor foi detido na casa do jogador, no Rio, e afirmou à polícia que Eliza está morta. Ele disse que viajou do Rio para Minas Gerais com Eliza e Luiz Henrique Ferreira Romão, amigo de Bruno conhecido como Macarrão. De acordo com ele, os três foram para o sítio do goleiro, em Esmeraldas. Depois, foram até outro local, onde um homem identificado como Neném estrangulou a jovem.
Oito pessoas estão presas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Eliza, incluindo Bruno, Marcos Aparecido dos Santos e Sérgio Sales. Todos negam o crime.
No Rio, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, são investigados por suspeita de participação no sequestro da jovem. Os dois também negam.