Novo habitante do Parque Barigui foi identificado pelos veterinários nesta quinta-feira (13)| Foto: Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Jacarés são comuns no Parque Barigui

O pequeno jacaré não é o primeiro a escolher o parque como moradia. Em 2007, um outro jacaré-de-papo-amarelo apareceu por lá. "Barigui", como foi batizado, tinha cerca de 3 metros de comprimento. Em 2008 ele foi recolhido e levado para o Zoológico após matar um cachorro da raça poodle que passeava próximo às margens do lago.

No entanto, segundo Nancy, esse comportamento não é comum e foi provocado. "O cachorro estava sem guia e latindo na frente da cabeça dele. Nesse caso, ele se sentiu ameaçado em seu próprio território", explica. Ela lembra, ainda, que a legislação municipal prevê que todos os cachorros, mesmo os de pequeno porte, devem andar de guia.

Em 2012, um outro jacaré foi capturado por equipes da secretaria e levado para uma fazenda de turismo ecológico em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul. Chamado de "Jack", era da espécie jacaré-do-pantanal e tinha cerca de 1,80 metro de comprimento. Essa espécie não é típica do Paraná e acredita-se que ele tenha sido abandonado no parque.

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Um ilustre novo morador (ou visitante, ainda não se sabe com certeza) dos lagos do Parque Barigui mobilizou equipes da Secretaria Municipal de Meio-Ambiente (SMMA) e do Zoológico de Curitiba, que na manhã desta quinta-feira (13) pela manhã aguardavam, pacientes, que um jacaré avistado recentemente por frequentadores do parque desse o ar da graça. A partir de agora, o animal deve ser monitorado até a secretaria decidir qual será seu destino.

Ainda não há certeza sobre a qual espécie o animal pertence, mas o mais provável é que se trate de um jacaré-de-papo-amarelo ainda jovem, de cerca de 80 cm. Por ser espécie nativa da região, acredita-se que ele chegou aqui pelo Rio Barigui, em um movimento migratório normal – e que pode ficar ou seguir viagem. De acordo com Alexander Biondo, diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da SMMA, a intenção é mantê-lo no local, uma vez que o ambiente é bastante semelhante ao seu habitat natural, o pantanal: área úmida e plana com margens ricas em vegetação.

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"Nós queremos informar a população sobre o respeito ao animal em seu habitat natural. O jacaré é um animal esquivo, que tende a se esconder de humano, então ele não vai atacar gratuitamente, apenas se for provocado ou ameaçado. Além disso, ele possui flora e fauna suficientes para não precisar sair do lago", esclarece Biondo.

O veterinário lembra, ainda, que hoje há um fenômeno chamado biofobia, em que as pessoas têm medo dos animais e optam por retirá-los de seus habitats naturais. Ele citou o exemplo da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, de onde as capivaras têm sido retiradas. "É um absurdo. Tem de haver convivência pacífica".

Caso se decida por manter o animal no parque, a SMMA estuda cercar o lago ou um parquinho para crianças que fica próximo ao local; como jacarés não escalam e nem fazem longos trajetos fora da água, um cercado baixo seria o suficiente para evitar o contato entre pessoas e animais de estimação que frequentam o parque.

A bióloga Nancy Banevicius, chefe do zoológico, explica que se o jacaré for mesmo da espécie papo-amarelo é mais provável que ele fixe residência no parque. "Se ele for de espécie nativa, a melhor solução é delimitar a área dele com telas e deixá-lo aqui. A outra alternativa é soltá-lo na região da Serra do Mar, com apoio do Ibama. Levar para o zoológico é a última opção, porque já abrigamos um jacaré macho dessa espécie e não temos espaço adequado para outro, já que eles brigam".

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Novo jacaré no Parque Barigui