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OESTE

Via Campesina promete desocupar fazenda hoje

As 65 famílias da Via Campesina que ocupam há quase oito meses o campo experimental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, no Oeste do Paraná, devem deixar pacificamente a área hoje. O objetivo é evitar um confronto com a polícia, já que o estado será multado em R$ 50 mil por dia caso não cumpra a reintegração. A multa foi definida pela 4.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Para evitar o confronto, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) negociou a saída com os campesinos. O acordo foi fechado ontem, último dia do prazo estabelecido pela juíza da 4.ª Vara da Fazenda, Vanessa de Souza Camargo, para que o governo do estado executasse a reintegração de posse. O subcomandante do 6.º Batalhão da Polícia Militar de Cascavel, major Celso Borges, foi ao local para negociar com as lideranças do movimento.

Segundo Afonso Kamer, um dos líderes da Via Campesina no Paraná, o acordo prevê cinco dias para a desocupação da propriedade, invadida no dia 14 de março. Ele informa que os 350 integrantes do movimento vão se instalar nas margens da PR-163, em frente à fazenda. "Nós não vamos desistir da Syngenta, queremos que o governo federal promova a reforma agrária aqui", avisou Kamer.

Em nota divulgada ontem, a Sesp informou que esta será a 144.ª desocupação da atual administração, todas pacíficas, de acordo com a secretaria. A reportagem tentou localizar o gerente da Syngenta de Santa Tereza, mas ele não foi encontrado para comentar o assunto. A Syngenta vinha cobrando a reitegração desde o dia 16 de março.

A multinacional divulgou recentemente que os prejuízos com a ação da Via Campesina chegaram a R$ 50 milhões. A unidade de Santa Tereza é a única da empresa no Paraná e se especializou no melhoramento genético de sementes convencionais e transgênicas, principalmente de milho e de soja. A fazenda experimental, de 143 hectares, foi embargada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por cultivar sementes transgênicas na área de amortecimento (onde não se pode plantar organismos geneticamente modificados) do Parque Nacional do Iguaçu, patrimônio histórico da humanidade.

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