Pelo menos duas pessoas morreram ao serem atingidas por escombros de um viaduto que desabou no meio da tarde desta quinta-feira (3) em Belo Horizonte. A estrutura que caiu passa por cima da Avenida Pedro 1º, uma das mais movimentadas da cidade e que liga o Aeroporto de Confins à região do Estádio do Mineirão. Na próxima terça-feira (8) o estádio sediará uma das semifinais da Copa do Mundo.
As obras do viaduto, que ainda não havia sido inaugurado, fazem parte das obras do Move, nome dado ao BRT (Bus Rapid Transit) na cidade. Os trabalhos pertencem à Meta 2 das obras de mobilidade urbana da Copa em BH, responsável pelo alargamento da Avenida Pedro I. Além de direcionado ao Mineirão e ao Aeroporto de Confins, o tráfego da via também leva ao Complexo Arquitetônico da Pampulha e à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) campus Pampulha.
A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura não soube informar o valor destinado para a elevação do viaduto. O Portal da Transparência da Copa do Mundo também não disponibiliza os custos exigidos especificamente para esta obra. O total destinado às quatro metas do conjunto foi de R$ 713,4 milhões.
A seleção brasileira passou por baixo do viaduto em construção no último sábado (28), quando jogou em BH contra o Chile, pelas oitavas de final do Mundial.
Mortos e Feridos
Balanço parcial divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais às 19h15 aponta dois óbitos: um confirmado, e outro presumido. A morte confirmada é de uma mulher, identificada como Hanna Cristina dos Santos, de 26 anos. Era ela quem conduzia o ônibus atingido por parte da estrutura que despencou. Além do veículo de transporte público, o Corpo de Bombeiros informou que um Fiat Uno teria sido completamente esmagado. Dois caminhões também foram atingidos, sendo que um deles estaria trabalhando na própria obra.
De acordo com a secretaria, pelo menos 23 pessoas ficaram feridas, entre elas uma menina de cinco anos. Três das vítimas eram trabalhadores da obra, que foram levados para o Hospital Odilon Behrens.
Dos demais vítimas com ferimentos contabilizadas até o período, doze foram levadas ao Hospital Risoleta Neves. Outras duas foram para a UPA Pampulha e mais duas para a UPA Venda Nova. Três pessoas foram atendidas e liberadas no próprio local do acidente.
Todos os feridos estão estáveis, sem risco de vida, afirmou a secretaria.
O desabamento causou muita confusão no local. Moradores e pessoas que passavam pela via contaram que o estrondo foi enorme. "Parecia uma explosão. Foi um barulho muito grande e levantou muita poeira", contou o publicitário Márcio Araújo Lopes, de 32 anos, que trafegava pelo local.
Ao todo, 18 equipes de salvamento, tanto do Samu como do Corpo de Bombeiros, foram deslocadas para atendimento às vítimas. Também foram acionadas as polícias militar e civil.
Causas do acidente
Até as 19h30 desta quinta-feira ainda não havia indicação de possíveis causas que levaram ao acidente. Por meio de sua conta no microblog Twitter, a Prefeitura de Belo Horizonte informou no início da noite que estava reunida com a Construtora Cowan S/A, responsável pela execução das obras, para avaliar as causas do acidente e as medidas a serem tomadas. Pouco antes a administração municipal tinha ressaltado que a prioridade era "tomar todas as providências para dar total assistência às vítimas do acidente" na avenida.
Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura de BH complementou que, além da construtora, também estão reunidos com a administração municipal representantes da Consol, empresa que fez o projeto do viaduto. O comitê irá "fazer um levantamento de todos os dados que envolvem o ocorrido, elaborar um criterioso diagnóstico das causas do acidente e definir as providências que serão tomadas", informou a nota.
O órgão esclareceu ainda que este grupo também irá acompanhar de perto o trabalho de perícia e elaboração de laudo técnico por parte das autoridades competentes, fornecendo todas as informações necessárias para o esclarecimento das causas deste lamentável acidente.
Segundo a nota, o prefeito de BH, Marcio Lacerda, esteve nesta tarde no local do acidente para manifestar seu apoio às vítimas e decretou luto oficial de três dias em função da morte de duas pessoas. Em entrevista à imprensa, o prefeito reiterou sua "tristeza e solidariedade às vítimas e seus familiares". Marcio Lacerda afirmou que "neste momento, o mais importante é dar toda assistência e apoio aos que sofreram as terríveis consequências deste acidente".
Construtora lamenta acidente
Em nota encaminhada por meio de sua assessoria de imprensa, a Construtora Cowan disse lamentar profundamente o ocorrido com o viaduto sobre a Avenida Pedro I, e que, neste momento, a prioridade é dar apoio às vitimas e aos familiares. A empresa acrescentou também que já enviou ao local a equipe técnica para iniciar as investigações.
