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Viagem ao país da gramática

"A senhora me desculpe, mas eu tenho uma pergunta burra para fazer." As ligações para o Telegramática começam muitas vezes assim, com um toque de baixa-estima. Mas a vergonha passa e tem quem se torne freguês – atrás de soluções para dúvidas sobre grafia, uso de maiúsculas, crase, pontuação e concordância. Campeoníssima do ranking, a gramática foi responsável por quase 50% das consultas de 2005, seguida pela ortografia, com 9 mil, pontuação, com 5 mil, e a redação, com 3,8 mil consultas.

Com um caderno grande por perto, os professores anotam em que caso se encaixa a dúvida e vão transformando tudo em estatística. Há dias de tormenta, como aqueles em que nem Celso Luft, nem Domingos Pascoal Cegalla conseguem esclarecer. Foi o caso da palavra fulcral, caída no colo de Ladanir Millach, dia desses, e a levou a apelar para a boa e velha dedução para resolver o problema. "Está relacionado com apoio, sustentação", explica.

Palavras novas aparecem na imprensa, principalmente. É o caso dos editoriais de moda, repletos de expressões estranhas a quem não circula no mundo fashion. Valentina Nedbajluk teve de decifrar, há pouco, o que era uma bermuda "Maria João". Virou-se do avesso.

Em tempo. Um dos charmes do Telegramática é dar dicas sobre o que fica mais eufônico, o que soa melhor, e não só bater o martelo sobre regras da temida análise sintática. "Vende-se carro" ou "Vendo carro"?, perguntaram a Valentina. As duas formas estão corretas. "Vendo carro fica melhor", diz. (JCF)

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