Vídeo:| Foto: RPC TV

Frota Delegacia dependerá de um Fusca 86

Em Campo Mourão, na Região Centro-Oeste do estado, três veículos usados por policiais do setor do Fundo Especial de Reequipamento Policial (Funrespol), Furtos e Roubos e carceragem foram encaminhados a Curitiba. "Apesar de ter outras viaturas, o serviço poderá ficar deficitário", diz o delegado Haroldo Davison, que tem uma frota de dez veículos para atender um distrito policial, a delegacia da mulher e a divisão. Entre esses veículos disponíveis estão alguns bastante antigos. "Há um Fusca ano 1986 e um Chevrolet ano 1987, além de outras viaturas mais novas", conta Davison.

Dirceu Portugal

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Na segunda-feira, serão recolhidos 434 veículos locados em uso pela Polícia Civil do Paraná. A determinação partiu do governo do estado, em ordem de serviço assinada pelo delegado-geral adjunto do Departamento da Polícia Civil, Francisco José Batista da Costa, no dia 23 de fevereiro. As delegacias sujeitas à obrigação alegam que ainda não foram informadas sobre uma possível reposição e que o desfalque pode prejudicar o trabalho de investigação.

Do total recolhido, 343 veículos foram locados da empresa Ouro Verde e outros 91 com a Cotrans, cujo contrato com o governo venceu em dezembro e não foi renovado. O custo mensal de locação de um veículo da Cotrans é de R$ 1.750. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), cálculos da Secretaria da Administração revelam que, em média, o custo de dois anos de locação de um veículo permite a aquisição de outro para o patrimônio público.

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Em nota, a Sesp informa que já comprou 947 novos veículos exclusivos para uso da Polícia Civil e que prepara a aquisição de outras 250 novas viaturas – número quase três vezes maior do que os 434 carros locados hoje pelo estado. A Sesp não definiu, porém, uma data para a reposição dos veículos recolhidos.

Trabalho prejudicado

Enquanto a situação permanece indefinida, funcionários das delegacias temem ver o trabalho prejudicado. A Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, região metropolitana de Curitiba, terá dois dos cinco veículos em uso devolvidos. Com isso, restará apenas uma viatura para investigação e as outras duas serão para serviços diversos. "A dificuldade vai ser grande porque vou ter de deslocar uma viatura que está na investigação para fazer o transporte de presos. Não posso levar os presos de ônibus", diz a delegada-titular Márcia Rejane Vieira Marcondes, que completa uma semana à frente da delegacia. Ela conta que desde que assumiu transporta diariamente alguns dos 80 presos para audiências no fórum. "A prioridade da delegacia é fazer investigação e o veículo é uma ferramenta fundamental. É necessário ir in loco, fazer fotos, observar até o humor das pessoas depois do fato", completa.

Responsável pelo policiamento de Bocaiúva do Sul, Adrianópolis e Tunas do Paraná – apontada recentemente pelo Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), como a cidade com o segundo maior índice de homicídios no estado, com 86,8 por 100 mil habitantes entre 2002 e 2004 –, o delegado Germino Marques Bonfim contava até meses atrás com cinco viaturas. Mesmo atuando numa área que abrange seis vezes o território de Curitiba, a delegacia está com duas viaturas fora de circulação por falta de manutenção e uma locada será entregue. Das duas restantes, uma é identificada por adesivos da delegacia e não poderá ajudar nas investigações. "Não dá para fazer investigação com um carro, identificado, com Polícia Civil escrito", afirma o delegado. A assessoria de imprensa do Departamento Estadual de Transporte Oficial informa que a situação das viaturas danificadas será verificada.

Na RMC, a delegacia que mais vai entregar veículos é a de Piraquara – quinta colocada no ranking das cidades paranaenses com mais homicídios: 59,5 por 100 mil habitantes. De sete viaturas, cinco são locadas. O delegado-titular Geraldo João Felizinski acredita que logo o problema será resolvido.

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