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Hong Kong - Adolescentes que passam tempo demais na internet têm quase 50% mais chances de desenvolver depressão do que usuários moderados, segundo um estudo chinês. O pesquisador Lawrence Lam disse que adolescentes que passam de 5 a 10 horas por dia conectados apresentam agitação quando não estão na frente do computador e perdem o interesse pelas interações sociais. "Alguns passam mais de dez horas por dia, eles são usuários realmente problemáticos e demonstram sinais e sintomas de comportamento aditivo ... ao navegar na internet e jogar games", disse Lam, coautor do estudo publicado na terça-feira pela revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.

"Eles não conseguem tirar a cabeça da internet, sentem-se agitados se não voltam após um curto período distantes", disse por telefone o psicólogo da Escola de Medicina da Universidade Notre Dame, de Sydney. "Eles não querem ver amigos, não querem participar de reuniões familiares, não querem passar tempo com pais e irmãos", acrescentou. O estudo envolveu 1.041 adolescentes de 13 a 18 anos em Guangzhou, no sul da China. Nenhum deles tinha depressão no começo do estudo. Nove meses depois, 84 apresentavam a doença, e os que passavam tempo demais na internet eram 50% mais vulneráveis que os usuários moderados.

Lam, que trabalhou em parceria com Zi-wen Peng, da Uni­versidade Sun Yat-sem, de Guan­gzhou, disse que a falta de sono e o estresse causado pelos jogos online podem explicar a tendência depressiva. "Quem passa tempo demais na internet perde o sono, e é um fato muito bem estabelecido que quanto menos se dorme, maiores as chances de depressão", disse Lam. Segundo ele, foi a primeira vez que um estudo examinou aspectos patológicos do uso da internet como possível causa da depressão.

Um estudo anterior havia apontado a depressão como possível fator causal para o vício em internet, e outros estudos haviam demonstrado uma correlação entre ambas as coisas, mas sem definir claramente o que era causa e o que era consequência. Lam disse que as escolas deveriam ficar atentas aos alunos que estejam viciados em internet para lhes oferecer tratamento e orientação.

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