Visto do chão, todos os aviões parecem pequenininhos. Mas não se assuste se os aviões que por acaso observar riscando o céu de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, lhe parecerem menores do que o esperado: são apenas os aficionados do Clube Paranaense de Aeromodelismo (Cpaer) dando asas para uma sensação de liberdade que, eles juram, o hobby só faz aumentar.
O aeromodelo de rádio-controle é uma verdadeira paixão entre seus praticantes. Que o diga o arquiteto Fábio Machado, de 27 anos, que aprendeu a gostar dos aviõezinhos com o pai, Antonio Carlos, 57 anos, e hoje é bicampeão paranaense. "Gosto de fazer acrobacias, inventar manobras, sair do voo normal", conta. Ele explica que as competições existem quanto às modalidades de voo e quanto às dificuldades das manobras. "Em uma modalidade básica, as manobras são mais restritas e fáceis. Já na modalidade ilimitada, qualquer manobra vale, e é tudo mais difícil", distingue.
Quem pratica o aeromodelismo não nega: hoje o hobby é muito mais barato. "Eu era apaixonado por aeromodelo desde a minha adolescência, mas um avião controlado por rádio era caríssimo e ainda tinha uma porção de restrições nas importações das peças. A gente só tinha aviões controlados por cabo. Só a partir da década de 1990 a gente conseguiu ter acesso a peças mais baratas que vinham de fora", conta o engenheiro Fernando Belich, de 50 anos.
Belich pilota hoje aviões e helicópteros, o chamado helimodelo, e diz que um modelo de entrada pode custar entre R$ 400 e R$ 600. O material é o que encarece mais. "Os mais básicos são feitos de depron, que é uma espécie de isopor, e os outros são feitos de madeira balsa e compensado. Já os modelos mais avançados levam fibra de carbono, fibra de vidro, kevlar (fibra sintética), materiais mais nobres", explica Machado. Ele também diz que o aeromodelismo é um hobby para todos os bolsos. "Tem aviões de R$ 400 reais e jatos que começam a partir de R$ 5 mil até R$ 100 mil".
Coisa séria
Nada incomoda mais os aficionados do que dizer que o aeromodelismo é uma brincadeira de criança. Além do custo e do preparo aviões podem ser comprados prontos, semi-montados ou serem manufaturados a partir do zero , regras de segurança rígidas são adotadas no clube em Pinhais.
"Quando entramos para o clube, recebemos um manual com procedimentos de segurança que devem ser seguidos à risca. Existem lugares onde não se pode transitar com o motor ligado, manobras que não se podem realizar com mais de cinco aviões voando ao mesmo tempo no espaço, e por aí vai", explica Fernando Belich.
Mesmo com todos os cuidados, acidentes ocorrem, e o aeromodelista precisa estar preparado para sofrer algumas baixas na frota. "É uma sensação horrível de perda. Inclusive perdi um no último sábado", conta o gerente Roberto Caldeira Filho, 58 anos. "Tive uma falha eletrônica que não dava para prever, ele entrou em parafuso e foi de bico no chão. Só sobrou a cauda", lamenta.
Restaurar os aviões danificados também faz parte da diversão. "Os modelos exigem manutenção quase semanal. Quando não estão voando, estão sendo reparados."
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